sábado, 1 de janeiro de 2022

 


Política local - Informação

Um blogue irreverente que incomoda os do poder

Primeiro dia do novo ano, boa altura para prestar contas. Não que a isso seja obrigado. Apenas porque num regime livre é assim que deve ser. Todos prestarem contas daquilo que fazem ou não.
Os números são insuspeitos. São da Google, a fornecedora do espaço. Desde o primeiro Tomar a dianteira, em 2011, até hoje, com algumas interrupções pelo meio, Tomar a dianteira já registou 341.781 consultas de página = leitores. Tem actualmente 82 seguidores, 1709 textos independentes e 904 comentários.
Ontem, noite de final de ano, vieram ler Tomar a  dianteira  212 pessoas. O contador mensal marcou 7.394 visualizações de página, menos 537 que no mês anterior. Uma média diária de menos 18 leitores.
Estes últimos dados não tiram o sono, nem chegam a incomodar quem faz o blogue que, recorde-se, não é para agora, mas sobretudo para memória futura. É porém verdade que quem escreve gosta de ser lido, pelo que seria mais gratificante registar um aumento do leitorado. Infelizmente acontece o inverso, por razões que não vêm agora ao caso, situação que agradando aos do poder instalado é também prejudicial para os cidadãos em geral. E mostra o nível cultural da população que temos. Se tivesse que recomeçar, iria para jornalista desportivo e do social. 
Um exemplo prático. Fruto da fraca educação cívica, e de 48 anos de regime autoritário, seguido de outros tantos de alguma bandalheira, os tomarenses recusam em geral dar a cara quando se trata de reclamar, protestar, ou exigir providências. Uns porque têm medo, outros porque lhes falta coragem, outros ainda porque são hipócritas e gostam de estar bem com deus e com o diabo.
Num tal quadro humano, quando se sentem incomodados de alguma forma, os queridos conterrâneos recorrem aos telefonemas anónimos, aos comentários sob pseudónimo, ou aos pedidos para que outros escrevam, reclamando em seu nome. Dá menos trabalho, e quem não sabe produzir textos, é lógico que não pode reclamar directamente por escrito.
Aconteceu há pouco na cidade. No ex-bairro Salazar, um cão solto e sem açaimo mordeu um passante e atacou outros. Do lado oposto da urbe, foi um inferno de barulho durante a noite de Natal, relatou quem por ali tem a desdita de habitar. Algum tempo antes, houve sarrabulho no bairro da Senhora dos Anjos, mas escassearam mais detalhes.
Nestes três casos, foram poucos os órgãos informativos que noticiaram, pois a maioria é subsidiada pela Câmara e quem paga exige obediência. Têm portanto medo e calam-se. Donde resulta que o poder instalado tem a tarefa muito facilitada. Em vez de responder às críticas e explicar o que tenciona fazer, limita-se em geral a insultar pela calada quem ousa criticar. Para a maioria PS, tanto o Tomar na rede como o Tomar a dianteira são dois sites malditos, que apenas mencionam usando o genérico "nas redes sociais". E os eleitos da oposição fazem o mesmo, porque consideram que parece mal ler órgãos dissidentes.
Conclusão, os problemas continuam por resolver, visto que regra geral os do poder acham que os poucos cidadãos que ainda têm coragem para reclamar dando a cara, ou simplesmente para noticiar o que se passa e pedir solução, são todos uma cambada de invejosos, que só querem é tirá-los do poleiro.
Resta assim aos cidadãos em geral pensar um bocadinho e agir em conformidade com os seus interesses. Para evitar futuramente situações contraditórias, em que votantes PS se queixam do barulho do bairro Calé, por exemplo. É votando em quem visivelmente protege os faltosos, que esperam acabar com o problema?
Da mesma forma, cada qual é livre de ler o que entenda. Mas a redução da audiência de Tomar a dianteira 3, por exemplo, é vista  pelos eleitos bem pensantes como uma vitória, e os seus escritos terão cada vez menos impacto.
Resta, é verdade, a questão do estilo impertinente deste blogue. Aquilo a que um dos beneficiados com subsídios e concertos , grátis para o público, mas bem pagos aos músicos,  designa como "arrogância mascarada de frontalidade". É uma maneira  de ver as coisas. Tal como a crítica dele pode ser interpretada como agradecimento interesseirto, mascarado de opinião.
A fechar, sempre me constou que "o estilo é o homem". Por conseguinte, não esperem que possa haver alguma alteração comportamental de vulto. Procurem antes ser tolerantes, tendo em conta todos os factores em presença, em vez de exigirem a outros aquilo que não praticam.

1 comentário:

  1. Nem que tenha um só leitor !
    Antes morrer de Pé , do que viver de joelhos !
    CONTINUE !

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