segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

 


Eleições legislativas - Resultados locais


Os meus palpites para Domingo

Tendo em conta o conhecido "prognósticos só no final do jogo", bem como o mais elaborado "a previsão é muito difícil, sobretudo quando se trata de prever o futuro", eis as minhas opiniões fundamentadas para as eleições do próximo domingo, em Tomar. Era para ficar calado a tal respeito, até me dar conta de que a fraca audiência de Tomar a dianteira 3 impede que possa vir a ter qualquer influência no eleitorado.
Parto do princípio que a abstenção deverá manter-se à volta dos 50%, por não ter ocorrido desde a última consulta qualquer fenómeno político susceptível de alterar o costume local. Há porém que ter em conta a pandemia. Caso os infectados e os confinados resolvam ficar em casa, podemos vir a registar uma abstenção superior a 60%. Em tal contexto, os pequenos partidos mais recentes não têm qualquer hipótese. Seria uma grande surpresa, caso algum deles conseguisse ultrapassar o meio milhar de votos no concelho.
A CDU e o BE pouco melhor conseguirão, por continuarem a pagar a sua perda de natureza, ao associarem-se ao PS em 2015, para afastar o PSD do governo, apesar de ter vencido as eleições, é bom não esquecer. Considerados até então partidos de protesto, e por isso bastante úteis para conseguir concessões do governo, tornados parceiros de facto, passaram a ser como os outros. "Andam todos ao mesmo!" "É tudo a mesma gente!". E os eleitores mais exigentes mudaram o seu voto para os novos candidatos de protesto.
Esses candidatos de protesto são agora os do Chega, devido à própria natureza do partido. Ventura tem tido o cuidado de contestar tudo e todos, mas sempre pela direita alta. E os tomarenses são sensíveis à linguagem autoritária, às leis duras (para os outros!) e às arremetidas contra os ciganos e outras minorias. Ou muito me engano, ou o Chega vai conseguir no concelho um resultado à roda dos dois mil votos, de eleitores agradecidos por terem de novo um partido-moço de recados, para protestar por eles. Porque tomarense a dar a cara, é coisa rara. Só para celebrar vitórias.
O CDS parece-me um caso perdido, embora não se perceba bem porquê. As autárquicas correram-lhe mal em Tomar, contra todas as expectativas, e as legislativas não se anunciam melhores. Mas dada a proximidade de Fátima, e o facto de se tratar de um partido de base cristã-democrata, não se pode excluir um milagre do Chicão. 
Chegamos assim aos dois grandes de sempre. Como se dizia nos anos 80: o PS, Partido Socialista e o PSD,  Partido Socialista a Diesel. É meu entendimento que, desembaraçado do handicap da sua cabeça de lista nabantina, que fez o possível para não vencer nas autárquicas de 2021, o PSD de Rui Rio vai vencer no concelho, até com alguma folga. Porque não me parece que Tomar, concelho de velhos e de funcionários públicos, seja ou alguma vez tenha sido socialista. Canhotos em Tomar? Só a malta nova e um ou outro teimoso mais velho.
Há, é certo, o fenómeno Anabela Freitas, que já vai no seu terceiro e último mandato, com maioria absoluta. Mas é, como diria o outro, um caso particular. Trata-se de um equívoco evidente. Os eleitos rosa parecem estar convencidos de que têm feito um excelente trabalho, quando afinal não é de todo o caso, como os tomarenses bem sabem, porque vão vendo. Trata-se de uma maioria autárquica infelizmente sem ideias, sem projectos e sem capacidade de gestão. Esgotada portanto.
Têm conseguido vencer graças a três factores principais: a - a manifesta fraqueza das candidaturas PSD, que impossibilitaram qualquer alternativa real; b - a descarada compra de votos, num concelho cuja população em geral vive do Estado; c - a excelente oralidade de Anabela Freitas, infelizmente oca e escondendo um feitio difícil.
Uma vez que, no próximo domingo, já não se trata de escolher entre a simpática, bem apresentada e generosa Anabela, e os fracos candidatos laranja, com destaque para a que até recusou um frente a frente radiofónico, os eleitores não terão qualquer dúvida em orientar-se para a sua inclinação natural nos tempos que correm: o PSD moderado de Rui Rio.
Enganei-me nas autárquicas. Não julguei possível a repetição de 2017 em 2021. Esqueci-me que se trata de tomarenses, meus queridos conterrâneos, que por vezes tenho muita dificuldade em compreender.  Carência minha, sem dúvida.
Se agora voltar a acontecer, não hesitarei em reconhecer de novo o erro, e tentarei explicar porquê.  Lá por onde estudei, ensinaram-me que admitir os erros, dar o braço a torcer, é prova de tolerância e de inteligência. Outros ares, outros modos. Por isso, eles avançam e nós vamos ficando cada vez mais para trás. Mas felizes em geral, julgo eu.

1 comentário:

  1. Prever o futuro é possível e ás vezes nem é difícil. Umas vezes acerta-se outras vezes não por isso é que se chamam de previsões. Aqui fica a minha: vai ficar tudo na mesma, não vai mudar nada. O PS vai ganhar, o PSD vai ficar em segundo, o BE ou o Chega em terceiro, a IL em quinto, a CDU em sexto e o CDS em sétimo. Poderia ser diferente de o PSD tivesse mudado de liderança, não sei onde é que esta malta do PSD tem a cabeça em manter o mesmo líder. Mais de metade do país não vai votar mas isso não conta para nada, a malta quer protestar não indo votar mas essa forma de protesto é uma estupidez porque não contam para nada, não afetam em nada o poder instalado. Podemos então afirmar que a maioria dos portugueses são estúpidos, dizem mal mas não votam!!!! Que Deus nos ajude.

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