quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

 


Política local - obstinação

Perspectivas sombrias para Tomar

Assim bem longe e sem saudades, a situação tomarense parece sem saída e portanto sem remédio. Mas há  sempre uma solução. Mais ou menos rápida, mais ou menos eficaz, mais ou menos dolorosa. Falta só apurar quando estarão os tomarenses abertos à mudança da mentalidade dominante, o que não é pouca coisa.
A crise tomarense, designadamente em termos demográficos, é agora admitida por todos, perante dados oficias indesmentíveis. Já as respectivas causas, continuam por apurar, e quanto a responsáveis, não há. O costume. Ninguém aceita ser o pai da criança, que no entanto é filha de muitos incapazes.
Dizer que Tomar é muito pobre em massa cinzenta, sendo essa a principal causa do declínio, é para mim uma banalidade. Há porém uma larga maioria que assim não pensa. Acham-se os maiores, nunca erram, têm sempre razão e consideram que, quando muito, as outras terras não são melhores, em termos de recursos humanos.
Tal é o grande erro nabantino, pai de quase todas as desgraças subsequentes. Os outros concelhos têm recursos humanos proporcionalmente semelhantes aos tomarenses, é verdade,  porém com  uma diferença que muda tudo. Admitem o erro, aceitam que se enganam, dão o braço a torcer, são a favor da mudança para melhorar.
Em Tomar, pelo contrário, impera a obstinação. Cada um considera que tem sempre razão, os outros é que estão enganados. Ficando na política local, para não alargar, já alguém ouviu ou leu uma eleita ou um eleito admitir que estava enganado, que errou, que não tem soluções para os problemas do concelho?
Pelo contrário. Na política tomarense respira-se sempre a auto-suficiência, o "temos feito e estamos a fazer o melhor possível". Tanto na maioria como na oposição.  Por isso caminhamos para a irrelevância todos satisfeitos, porque convencidos de que não há outras soluções. Mas há.
Ourém, Santarém, Coimbra e Figueira da Foz, por exemplo, já mudaram e estão agora bastante melhor. No caso da Figueira da Foz, houve até necessidade de ir buscar fora um antigo líder para um movimento local independente. 
Em Tomar, pelo contrário,  para não destoar em relação ao passado, continuamos a colocar calhaus nas várias gaiolas e a esperar que eles cantem.. Feitios.

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