sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

 


Evolução demográfica - equipamentos sociais


Uma situação absurda no reino dos convencidos

Começa-se com um quadro de eleitores inscritos nos quatro principais concelhos do Médio Tejo, nos anos indicados:
                                          1976            2005             2021
ABRANTES...................35.886.........37.417...........31.591
OURÉM.........................27.035.........37.811...........40.870
TOMAR.........................32.438..........38.518...........33.892
T. NOVAS......................26.837..........31.584...........30.795

Lendo com alguma atenção, todos podem constatar que, entre 1976 e 2005, ou seja  29 anos, todos os concelhos da tabela registaram um aumento da população. Infelizmente, nos 16 anos seguintes, só o concelho de Ourém continuou a crescer. Houve também uma queda acentuada em Abrantes (- 5.826 eleitores) e em Tomar (-4.626 eleitores)., enquanto Torres Novas se quedou por apenas -789 eleitores.
Perante estes dados oficiais, a pergunta é a do costume: Porquê?  E as respostas variam pouco, ouvindo os oráculos partidários locais. "A população diminui devido ao fenómeno da interioridade. É geral. A população emigra para a  faixa costeira". Admitamos que assim seja, como mera hipótese de trabalho. Surgem logo várias perguntas: :1 - Esse tal fenómeno migratório, do interior para o litoral, só começou ou se acentuou a partir de 2005? Porquê? 2 - Abrantes e Tomar são os concelhos da região com maior perda de população. Porquê?  3 - A população de Ourém não emigra, e a de Torres Novas emigra menos, porquê?
Os mesmos especialistas auto-proclamados alegarão que Ourém tem Fátima e Torres Novas a A1. É verdade, mas tais argumentos não colhem. Fátima e a A1 só existem desde 2005?
Indo agora aos responsáveis, cumpre aceitar, por ser uma evidência praticamente unânime em Portugal, que os presidentes de Câmara não têm qualquer culpa, seja no que for. Sobretudo quando são do PS. Prova disso é que, após a acentuada queda demográfica registada em Abrantes, a presidente da câmara foi chamada para ministra da agricultura, e o seu sucessor registou uma brilhante vitória eleitoral, passando de 4 para 5 eleitos no executivo.
A também socialista Anabela Freitas pode portanto dormir descansada. Ninguém a vai culpar pelo fracasso demográfico tomarense. E se alguém o ousar fazer, mais depressa chegará, por exemplo,   a ministra da administração interna, substituindo o brilhante e veloz Cabrita. Basta o PS continuar no poder.
Um último parágrafo, lastimando e alertando para as tristes figuras que fazem alguns eleitos tomarenses nos areópagos locais, regionais e nacionais, quando  reivindicam mais especialidades para o hospital, mais verbas para o politécnico, ou mais recursos para a autarquia, em geral na presença silenciosa do presidente da câmara de Ourém
Situação absurda no contexto regional, o concelho oureense, agora o mais populoso do Médio Tejo, não tem quartel militar, não tem um grande hospital, não tem ensino superior, nem uma autarquia com mais de 625 funcionários, mas isso não impede o crescimento populacional. Passaram de 27.035 em 1976, para 40.870 eleitores inscritos em 2021. Ninguém fez melhor no Médio Tejo.
Por isso, quando o presidente Albuquerque, assiste calado a tanto despropósito, parece que o estou a ouvir, em pensamento: -"Tenham mas é vergonha e trabalhem. Não abusem das esmolas de Bruxelas."


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