domingo, 30 de janeiro de 2022

 


Autarquia - informação

Maneiras de governar

Noticia o Le Monde, cujos jornalistas nunca brincam em serviço, e jamais hipotecam a liberdade crítica, que o presidente turco Erdogan, incomodado com os dados estatísticos desfavoráveis sobre a inflação, resolveu exonerar o director do instituto nacional de estatística. Para grandes males, grandes remédios. Nos países muçulmanos estas coisas são do mais comum que há.
Nos países da UE pelo contrário, o panorama é outro, bastante diferente. Mas em Tomar, pelo menos, nem é tanto assim.  Manifestamente alérgicos à crítica e às ideias diferentes, os eleitos da actual maioria autárquica, sobretudo um deles, começaram por responder de forma agastada, até que a chefe resolveu mudar de rumo. Não adianta tentar converter bárbaros, terá pensado. E vá de implementar pela calada uma política eficaz de alinhamento noticioso.
Nada de censura, como na Turquia, que somos todos muito democratas. Apenas uma orientação, implícita e simples, para todos os suportes noticiosos locais: Quem criticar ou divergir, não terá acesso à gamela municipal (subsídios, ajudas diversas, publicidade, avanços sobre publicidade futura).
E está feito. Nem foi preciso os directores dos suportes noticiosos editarem  livros de estilo, ou difundirem ordens internas menos liberais. Os poucos jornalistas locais perceberam imediatamente, e acataram. Até porque dá muito menos trabalho. Uma coisa é reproduzir o que disse a presidente, ou os seus vereadores que ainda ousam emitir opinião. Outra, bem diferente, mais trabalhosa e a exigir recursos que não estão ao alcance de todos, é criar textos noticiosos, crónicas originais. Os leitores sabem do que falo. Basta comparar Tomar a dianteira 3 com o resto da informação local. Falta algo, não falta?
A coisa funciona tão bem que até o outro órgão rebelde por força das circunstâncias, o Tomar na rede, está cada vez mais conformista, a resvalar para uma espécie de Correio da manhã local, talvez também por falta de colaboração à altura. Calaram-se alguns conhecidos tenores locais, sem que se saiba bem porquê. Na minha pobre opinião, que não pretendo impôr a ninguém, por pudor demasiado tardio. Mas lá diz o povo que "mais vale tarde que nunca"Segue-se que a situação nunca foi tão calma para quem dirige a autarquia, pelo menos à superfície. Quando se procura aprofundar um pouco.... 
Em contrapartida, pelos lados dos suportes informativos nabantinos, ao que parece e consta em surdina, as coisas não vão nada bem. Disseram-me umas fontes geralmente com água limpa não tratada, que há  medias locais praticamente com a corda ao pescoço, forçados a fechar logo que a autarquia, eventualmente, deixe de os ajudar. Falaram-me até no mais velho de todos e, perante a minha dúvida, asseveraram que os assinantes, outrora muitos, têm fundido como manteiga ao sol, descontentes com a falta de conteúdo. Nem se dão ao trabalho de anular a assinatura. Limitam-se a deixar de pagar.
Situação delicada, a mostrar mais uma vez que para bem de uns, mal de outros. Confirmação de que não é possível ganhar simultaneamente em todos os tabuleiros. Há que optar, fazer escolhas, tomar partido. Não se pode estar de bem com Deus e com o diabo ao mesmo tempo. Mas pode-se e deve-se conviver, num clima de tolerância mútua. Sabem o que é, srs. autarcas? De que serviu a intolerância socratina?

1 comentário:

  1. Não é só a comunicação que está mal, muito fraca. Todos os sectores de Tomar estão mal. Eu costumo dar o exemplo do desporto, o Sporting de Tomar é patrocinado pela Câmara e o União de Tomar era patrocinado por uma empresa metalomecânica de Ourém, não sei se ainda continua assim ou não.... Eu lembro-me de antigamente o Pavilhão Municipal ter muita publicidade, tal como o estádio, hoje é uma vergonha,vê-se somente publicidade ao politécnico!!!! Estas políticas de esquerda estão á levar Tomar á pobreza é é o que os tomarenses merecem... Ainda á uns dias vi uma apresentação outlook de uma empresa, a Greenvolt, que é o braço energético da celulose do Caima, em constância, e fiquei a saber que além do IRC o estado ainda cobra um imposto especial para as empresas do setor energético!!!! O estado português muge a vaca com tanta força que ela acaba por morrer!!! Tomar no Rumo Certo para a desgraça!!!

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