quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

 




Preconceitos ideológicos?
O exemplo de Alcanena

Alcanena, concelho do distrito de Santarém, mais pequeno que Tomar, acaba de aprovar o seu orçamento e GOP para 2022.
"Na análise feita ao documento, o presidente da câmara Rui Anastácio afirmou que o sector turístico é vital para o desenvolvimento económico do concelho e que é nas serras de Aire e Candeeiros que reside o potencial turístico através da criação de um geo-parque à semelhança do que acontece na Serra do Gerês. O autarca afirmou ainda que vai reforçar a posição do município na Associação de Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros (ADSAICA), com o objectivo de fortalecer o sector turístico."
Isto num concelho com apenas 11.733 eleitores, pouco mais de um quarto do eleitorado tomarense, sem grandes monumentos, mas com um orçamento para 2022 de 19 milhões, contra apenas 44 milhões em Tomar.
Entretanto, na orgulhosa capital nabantina, governantes cheios de empáfia mandam o turismo às urtigas, embora vão dizendo umas coisitas a respeito para entreter a malta. A verdade porém é que, além de nada fazerem no domínio do planeamento de estruturas de acolhimento, nem sequer conseguem condições para corrigir um erro evidente, que causa grandes transtornos e cuja solução é barata.
Trata-se da Estrada do Convento, assunto já aqui abordado por diversas vezes, até agora em vão. Durante as obras camarárias para instalação de passeios, houve um erro de cálculo, no projecto ou na subsequente execução, donde resultou que, num pequeno sector, a faixa de rodagem não tem largura suficiente para que dois autocarros possam cruzar-se. O executivo que aprovou o projecto não viu nada, os autores tão pouco, os executantes também não, e a fiscalização deve ter passado o tempo a limpar os óculos de não ver. Há 13 anos que a situação anómala se mantém. Quando confrontados com a asneira, os técnicos municipais avançaram logo com uma solução expedita, evitando reconhecer o erro, imediatamente aprovada pelo executivo: os autocarros só podem subir a Estrada do Convento. Para descer à cidade têm de dar uma volta de quilómetros.
Perante o manifesto desprezo da maioria PS por um problema que ocorre a 50 metros dos Paços do concelho, até parece que afinal o erro foi deliberado, para evitar a descida à cidade dos turistas dos autocarros. Antes porque se calhar tinham pulgas, ou qualquer outro parasita. Agora eventualmente por causa do covid 19, que serve de desculpa para tudo.
E os comerciantes locais, que são os principais prejudicados, porque quem não vem não compra, continuam calados, tal como acontece em relação ao encerramento do parque de campismo, por exemplo, naquela usual atitude de aguardar que outros resolvam o problema. Continuar à mama, como sempre. Pobre terra!

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