Autarquia - planeamento

Sevilha é uma maravilha

É comum dizer-se em Espanha que "quem nunca viu Sevilha, não viu maravilha". Acaba de tomar posse o seu novo alcaide, socialista do PSOE, e como mostra a imagem, nestas coisas da gestão urbana e noutras, nuestros hermanos não brincam em serviço.

Repare-se no bastão, ou vara de mando, quando em Tomar também temos vereadores, porém há muito tempo sem varas. Só têm pelouros. Igualmente notáveis, as vestimentas dos empregados da alcaldia, algumas das quais ainda da idade média, bem como o aspecto do salão Colombo, o salão nobre deles.

Comparativamente, o salão nobre do edifício do turismo tomarense, destinado a receber os visitantes, foi isolado por barreiras de vidro e transformado em escritório de gente deslumbrada com a inesperada ascensão social, proporcionada pela temporária vitória socialista. Julgam que podem fazer o que lhes dá na cabeça, porque é tudo deles. Parece uma sede de campanha eleitoral, com evidente falta de respeito pelo património municipal. Aquilo está (ou pelo menos estava) uma bandalheira. Em conformidade com o estilo de determinada funcionária superior que por ali anda... E não é só ares. É a triste realidade.

Na sua tomada de posse, o novo alcaide sevilhano apresentou um projecto de gestão que alcança até 2029. Sevilha é a 4ª maior cidade de Espanha, com uma população um pouco superior a um milhão e duzentos mil habitantes. Trinta vezes a população tomarense! Mais uma razão para apresentarem um planeamento cuidado, a médio e longo prazo, nas margens do Nabão. E não aquela coisa para um ano, que foi votada há pouco, e cujo préstimo é muito reduzido. Para não escrever algo mais desagradável.

São os sevilhanos que têm sorte? Ou os tomarenses que têm azar? Mesmo não sendo de missas e ladaínhas, sabe-se que há um preceito católico segundo o qual "Ajuda-te e Deus ajudar-te-à." É suposto que assim seja, tanto em Sevilha como em Tomar. Mas se os queridos conterrâneos continuarem a votar como até aqui, teme-se que dentro de umas décadas Tomar esteja como Marvão, onde apenas vivem três ou quatro dezenas de pessoas no interior do castelo sede do concelho. E lá se vão os eventos musicais no Mouchão, por falta de recursos. É só o BCE começar a cortar...