Economia - Administração - Autarquia
PLANEAMENTO SIM OU NÃO?
Os leitores que ainda vão insistindo na leitura de Tomar a dianteira 3, o único suporte tomarense que ousa dizer coisas desagradáveis sempre que necessário, recordam decerto que os moderados PSD rejeitaram o Orçamento e Plano do Município para 2022, alegando que não tem uma estratégia para o concelho. Maneira educada de dizer que não vale nada, porque não contém afinal planeamento algum. Ficou-se assim algo confuso, ao ler a entrevista de Carlos Tavares ao Le Monde, concedida durante a Feira Tecnológica de Las Vegas - USA:
Inconveniente de quem escreve para a pequena audiência nabantina, tem de se explicar tudo muito direitinho, para que percebam. Neste caso, já estarão a perguntar, naquele estilo tão característico dos quadros superiores das bordas do Nabão, "- Carlos Tavares?! Quem é esse gajo?" Na cova nabantina, os ignorantes e os mal educados são sempre os outros.
Antigo vice-presidente executivo da RENAULT, Tavares é um engenheiro português há muito radicado em França e com nacionalidade francesa, que agora dirige a multinacional SELLANTIS, um conglomerado da indústria automóvel que resultou da fusão PEUGEOT-CITROEN - OPEL - FIAT - CHRYSLER. Um total de mais de 100 mil postos de trabalho.
Respondendo oralmente, e sem teleponto na mão, ao jornalista Eric Béziat, do LE MONDE, que o questionou sobre a instabilidade no grupo automóvel que dirige, sem planeamento que o grande público entenda, Tavares foi agreste, tal como sucede com os textos de Tomar a dianteira 3. Trata-se afinal do estilo francês de dizer as coisas, que poucos entendem fora da francofonia. É até usual criticar a alegada arrogância francesa. Haja paciência, e cara alegre.
"Há que ter consciência de que a época em que fazíamos planeamento estratégico a dez anos acabou. A sociedade é agora demasiado volátil. Não é possível exigirem-nos visibilidade e estabilidade, num mundo que é um verdadeiro caos."
Foi esta tirada estilo gaulista que deixou algo confuso quem escreve estas linhas. Querem ver que estou equivocado?! Que a maioria PS local tem razão e a oposição PSD está outra vez enganada na questão do planeamento? Confusão que durou pouco. Bastou continuar a leitura para esclarecer cabalmente o assunto.
"Se queremos continuar competitivos, se queremos enfrentar a concorrência asiática, temos de aceitar que, quando se muda de pé, há sempre um momento de instabilidade. Fatalmente. Pelo simples facto de sermos grandes e de nos movermos em permanência, criamos instabilidade para aqueles que no ecosistema que geramos à nossa volta, não conseguem acompanhar.
A rapidez com que mudamos é-nos imposta pelo meio competitivo no qual evoluímos e, convém não esquecer, pelos constrangimentos regulamentares, em particular sobre o CO2. Esta instabilidade vai prolongar-se pelo menos até 2030, período fixado pelas mudanças de normas regulamentares."
Meio competitivo, enfrentar a concorrência, ecosistema, constrangimentos, são vocábulos pouco usados em Tomar quando se fala ou escreve sobre a autarquia. O vale nabantino é realmente outro mundo, que já teve a sua época. Conseguiremos avançar, rumo a um futuro mais promissor? Com os que estão agora em maioria, não me parece, uma vez que nem planos há. Mas oxalá seja possível!
É só pedir ao Sr.Eng. Carlos Tavares para quando voltar a Portugal á sua terra natal desça a Tomar e venha ao hotel dos Templários ensinar durante um dia !!!
ResponderEliminarOu terá mais do que fazer ou "porque carga de água " haveria de ser Tomar!
Carlos Tavares nasceu em Lisboa, em Agosto de 1958, filho de um contabilista e de uma professora de francês. Estudou no Liceu francês de Lisboa, mas depois estudou sempre em França. É engenheiro da Centrale de Paris desde 1981.
EliminarCasado e pai de três filhos, consta ser muito amigo de José Sócrates.
Não sei se teria disponibilidade para vir falar aos tomarenses. Ou se estes teriam paciência para o ouvir dizer coisas de modo agreste.
Não tenho certezas , mas tenho ideia de que Carlos Tavares tem raízes no norte e também aí tem uma sociedade de reconstrução de automóveis clássicos que chegam de vários pontos da Europa para reconstrução de topo a preços muito altos !
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