sábado, 4 de novembro de 2017

Pistas partilhadas

Ao contrário do que alguns pensam e propalam, Tomar a dianteira nunca teve nem tem questões pessoais com ninguém. Conforme decerto já observaram os leitores mais atentos, nestas linhas não se criticam pessoas, mas apenas desempenhos políticos. Mais explicitamente, tenho um relacionamento pessoal absolutamente normal com a senhora presidente e o senhor vice-presidente, que sempre me trataram com correcção, (como de resto é sua obrigação enquanto eleitos), o que não me impede contudo de criticar os seus desempenhos políticos nos cargos que exercem. Com educação e respeito. Por eles e pela verdade.
Regressando às obras agora em discussão pública, forçoso é reiterar o já dito anteriormente. A requalificação da Várzea grande não é prioritária. Nem vai objectivamente melhorar o que quer que seja. Excepto na área ornamental. As outras obras são úteis em certos aspectos, mas havia outras mais prioritárias, porque em zonas carenciadas.  Por exemplo a modernização do saneamento (da idade média) e da rede de água (de 1937) no sector Rua do Teatro, Rua da Costa, Rua Aurora Macedo, Largo do Quental, parte poente da Rua Joaquim Jacinto e parte norte da Rua Infantaria 15. Ou ainda a rede de esgotos, a rede de água e a instalação de passeios em Carvalhos de Figueiredo, Borda da Estrada e S. Lourenço.
Mas não. Optou-se por outros sectores menos necessitados, porque já providos de infra-estruturas mais modernas, e pela inclusão de ciclovias, numa terra cujas características não permitem a existência de muitos amantes do ciclismo. Basta comparar com Aveiro, por exemplo, que é plana, enquanto Tomar...
Além disso, num evidente alarde de novo-riquismo e megalomania, como sucedeu com as obras paivinas do agora ex-estádio, cujas pistas e outros recursos, excepto o relvado, raramente são utilizados, vão ser construídas pistas só para ciclistas, que em Tomar são muito raros, quando nas grandes cidades as mesmas são partilhadas com os praticantes da marcha ou do atletismo.
Para não ir mais longe, aqui em Fortaleza, que embora no Brasil, está muito acima de Tomar, com os seus mais de dois milhões e meio de habitantes, na zona nobre da beira-mar, entre a Praia de Iracema e o mercado do peixe do Mucuripe, foi marcada no ano passado uma faixa partilhada, como se pode ver nestas fotos, sacadas a dez metros uma da outra, na Rua Rui Barbosa a primeira, na Avenida Beira-mar a segunda (Se tiver paciência para ir a googlemaps.pt e aí procurar Fortaleza, no ângulo direito da parte mais larga do Brasil, vá até à beira-mar e procure o Boteco da praia. Fica exactamente no gaveto da curva que se vê ao fundo, na primeira foto):

 


Decerto porque não dispunham de 85% a fundo perdido, vindos  de Bruxelas, e não padecem por isso de novo-riquismo e subsequente megalomania, os autarcas de Fortaleza limitaram-se a aproveitar o que já existia, acrescentando apenas uns painéis informativos e umas marcações no piso. Outras terras, outros usos, outras prioridades...



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