segunda-feira, 13 de novembro de 2017

No reino do absurdo

Eleger candidatos sem programa sério dá nisto. Uma vez no poder, julgam que podem  fazer o que lhe der na real gana. É o que agora se passa em Tomar. Por enquanto, que eu saiba, apesar de procurar ler tudo o que se publica na cova nabantina, ainda ninguém explicou porque resolveram começar pelos projectos para a Várzea grande, para a Praceta Raúl Lopes e Estrada da Serra, ou para a Av. Torres Pinheiro/Av. Nun'Álvares. E como eu gostaria de ler algo sobre coerência, prioridades e articulação com um plano conjunto. Ficará para melhor oportunidade.
Por agora cabe dizer que o projecto Torres Pinheiro/Nun'Álvares,
1 - Não tem qualquer prioridade, pois o que nele se prevê (salvo a patetice da duplicação da pista ciclável), melhor ficaria no troço Rotunda do Moinho Novo/Rotunda do Padrão, uma vez que os habitantes daquela zona (S. Lourenço, Borda da Estrada, Carvalhos de Figueiredo...) não têm rede de esgotos capaz, nem rede de água à altura, nem passeios, nem estrada decente, nem pista ciclável, nem segurança enquanto peões. E pagam impostos, como os da cidade, que pelo menos já têm passeios e segurança como peões.


Cruzamento da Aral e Rotunda do Padrão, copiadas de vamosporaqui.blogspot.com
Apesar das vozes em contrário, é óbvio que uma rotunda assim cabe no cruzamento da Aral. 

2 - Tem uma parte de absurdo, de novo riquismo parolo, ao prever DUAS pistas cicláveis, sem  qualquer continuidade, numa artéria onde dificilmente passam mais de 10 ciclistas por dia. Há mesmo necessidade de duas pistas cicláveis ali? Onde é que já viram isso?
3 - Não inclui o único melhoramento desejado pelos automobilistas tomarenses, que portanto devia ser prioritário: a construção da rotunda no cruzamento Nuno'Álvares - Torres Pinheiro - Combatentes - Ponte do Flecheiro, vulgo cruzamento da ARAL.
Perante isto e tendo em conta a maioria absoluta de quem propõe semelhantes barbaridades, certamente convencidos de que estão fazendo o melhor para Tomar, que acrescentar? Não se podendo contar apenas com a oposição, porque minoritária, e menos ainda com a AM, por causa do usual conformismo, só uma forte reacção cidadã poderia forçar uma mudança para soluções mais consensuais. Mas as reacções cidadãs em Tomar são ainda mais raras que a chuva no deserto do Sara, onde quase nunca chove.


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