Título, destaques e comentário de Tomar a dianteira 3
"Refira-se que os elementos disponibilizados do Projecto de Requalificação de Espaços Exteriores da Av. Coronel Garcês Teixeira e Av. Dr. Aurélio Ribeiro e do Projecto de Requalificação de Espaços Exteriores da Praceta Raúl Lopes, em termos de peças desenhadas e escritas, estão aquém do que habitualmente se entende por projecto de execução, estando ao nível de um estudo prévio, faltando informação clara e objectiva e pormenorização adequada, de forma a ser possível uma apreciação objectiva.
"Refira-se que os elementos disponibilizados do Projecto de Requalificação de Espaços Exteriores da Av. Coronel Garcês Teixeira e Av. Dr. Aurélio Ribeiro e do Projecto de Requalificação de Espaços Exteriores da Praceta Raúl Lopes, em termos de peças desenhadas e escritas, estão aquém do que habitualmente se entende por projecto de execução, estando ao nível de um estudo prévio, faltando informação clara e objectiva e pormenorização adequada, de forma a ser possível uma apreciação objectiva.
A ciclovia proposta está desgarrada e é um estudo avulso, que não serve nem a cidade e muito menos os
potenciais utilizadores de bicicletas, não tem consistência e não oferece as condições de segurança que se
pretende e é exigido.
Não foi possível analisar o plano de sinalização e o estudo de tráfego, por estarem omissos no conjunto de
projectos disponibilizados. Estes são elementos determinantes, para a avaliação e para definição das soluções
apresentadas.
Qualquer projecto, tem de ter um “programa preliminar”, uma obrigação legal, que não pode ser descurada
e faz a diferença entre o sucesso e a mediocridade. O programa consiste na capacidade do dono de obra,
saber definir os objectivos e as características de uma determinada intervenção, em termos de localização, de
dimensão, de utilização, de aspectos funcionais, de qualidade, de prazos e de custos. Este programa é
entregue na fase de contratação aos projectistas, para estes desenvolverem os projectos de acordo com as
orientações claras e objectivas definidas pelo dono de obra. Neste caso a câmara municipal.
... Os projectos apresentados, em especial, os Projecto de Requalificação de Espaços
Exteriores da Av. Coronel Garcês Teixeira e Av. Dr. Aurélio Ribeiro e do Projecto de Requalificação de Espaços
Exteriores da Praceta Raúl Lopes não respondem às necessidades das pessoas e da cidade. Uma falha
num programa preliminar objectivo, claro e eficaz e nos desenvolvimentos aquém do previsto e
contratado."
Projecto de reabilitação da Praceta Raúl Lopes
Comentário de Tomar a dianteira
Os excertos acima são de um documento de três páginas, intitulado "Requalificação de espaços exteriores em discussão pública - Reunião de Câmara de 30/10/2017", subscrito e entregue pelos três vereadores do PSD, a que Tomar a dianteira 3 teve acesso.
Olhando sem paixão para os eleitos do actual executivo municipal, resulta claro haver ali dois grupos distintos em termos técnicos. De um lado, a maioria absoluta, onde não há qualquer profissional da área do projecto e execução de obras, (houve um, no mandato anterior, mas calçou os patins, sem explicação até hoje). São por assim dizer especialistas de ideias gerais, arrastados pelas circunstâncias políticas para o domínio técnico. Do outro lado, na minoritária oposição, há um profissional na aérea do projecto e execução de obras, coadjuvado por dois outros vereadores apenas políticos.
O documento acima referido evidencia essa diferença abissal, bem como as lacunas e a inconsistência dos projectos agora em discussão pública. O que pode configurar uma prática intencional que a confirmar-se deve ser denunciada e depois punida, por aquilo que nos custa a todos enquanto contribuintes.
Trata-se das citadas lacunas e da inconsistência dos projectos, que parecem deliberadas, intencionais. Basicamente porque, não sendo os vereadores maioritários competentes nessa área, cabe aos funcionários superiores (arquitectos e engenheiros) da autarquia aconselhá-los eficazmente. O que obviamente não tem sido feito. Porquê? Simples incompetência? Para facilitar posteriores "trabalhos a mais", sempre bem remunerados?
Sem querer ser demasiado tortuoso, porém tendo em conta o que acima escreve José Delgado, parece-me plausível que o PS tomarense tenha ganho com maioria absoluta, porque o candidato social-democrata já não era um funcionário superior da autarquia, mas um engenheiro técnico credenciado pelos seus pares, muito mais difícil de ludibriar em questões técnicas, como agora se está a ver. Por outras palavras, os tomarenses andam há muito a ser enganados pela autarquia, cuja maioria é também enganada pelos funcionários que a deviam servir lealmente, o que não fazem em nome de outros interesses ...mais interessantes.
Com explicar de outro modo as lacunas e erros assinalados pelos vereadores do PSD, quando há na autarquias tantos e tão competentes arquitectos e engenheiros? Andam todos a dormir? São todos incapazes? É claro que não. Por conseguinte... À mulher de César não lhe basta ser séria. Tem também de parecê-lo. E na circunstância não parece mesmo nada.
Sr. Dr. Rebelo duas notas que se julgam de interesse: em primeiro lugar o sr. Vereador José Delgado não é tão bom com parece, embora tenha valia. É pessoa de muitas generalidades, de muita escrita e vai pouco à substância das questões. Ou seja, anda muito pela superfície e vai pouco ao fundo. Em segundo lugar a "supremacia" dos técnicos camarários radica nos mandatos do Engº Paiva, o qual sistematicamente chumbava as suas sugestões/opções (em detrimento das dele próprio) e os deixou assim como que ressabiados. Os que se lhe seguiram (Presidentes da Câmara e Vereadores responsáveis pelo urbanismo, DOM e afins) foram-se deixando "montar" por esses técnicos, que passaram a levar a sua água ao moinho. E hoje são os técnicos que tudo podem e tudo mandam (ou quase tudo). Acresce que, tais técnicos estão acantonados no seu gabinete (no ar condicionado, como se diz), não sujam as botas no terreno (que, assim não conhecem), apanharam o hábito do mestre (Paiva) e gostam de complicar aquilo que até é fácil e evidente.
ResponderEliminarAssim nos encontramos e os problemas vêm uns atrás de outros.
Agora a dita requalificação da zona da Praceta Dr. Raúl Lopes é mais um dossier polémico e demonstrativo da falta de conhecimento (do projectista e dos técnicos municipais) pelas realidades locais. Não fizeram um estudo de trânsito e estacionamento e não fizeram um estudo de projecção das medidas que preconizam.
Ora, o cidadão de Tomar está mesmo a ver que a alteração prevista (erradicação da via em frente ao Colégio e da via entre a Rua Lopo Dias de Sousa e a rotunda da Alameda) é uma tremendíssima asneira e, se aplicada (o que se espera sincera e convicatamente, não aconteça), vai causar acrescidos problemas ao trânsito e estacionamento sem qualquer benefício).
A isto o Sr. Vereador Delgado (e o PSD) não responde, como não responde à hipótese da rotunda na Aral. E devia responder. Mas enrola-se em palavreado, não repudiando e nem apresentando soluções!
No caso da Praceta estão à vista - manter a actual circulação de trânsito, com alguma melhoria pontual, principalmente na zona dos Cafés Académico e Restauração, alindando os jardins da Praceta e do Colégio.
Equacionando uma rotunda na Aral e projectando a sua inserção. Aceitando vir a integrar as sugestões válidas da discussão pública e não se precipitando na requalificação a todo o vapor.
Se há que fazer obra, que se faça bem e em benefício de todos.
Respeitando como sempre as suas posições, peço licença para discordar no que concerne à sua frase "O vereador José Delgado não é tão bom como parece, embora tenha valia." Não me parece correcto avançar apreciações assim, salvo quando se assina por baixo, para cada leitor poder ajuizar se quem escreve tem gabarito para sustentar o que escreve.
EliminarNoutra vertente, pouco ou nada adianta tentar apoucar o eleito Delgado, ou qualquer outro, sendo certo que todos acabarão por valer exactamente aquilo que antes tiverem demonstrado no desempenho dos seus mandatos.
Dito isto, escreva sempre, que a qualidade não é assim tão abundante em Tomar, que se possam dispensar intervenções como a sua.