Assembleia Municipal de Ourém (Foto Rádio Hertz)
A Assembleia Municipal de Ourém reuniu, no passado dia 20, nas suas novas instalações, no salão nobre dos antigos Paços do Concelho. Tal como em Tomar, elegeram uma comissão para elaborar o respectivo regimento, constituíram a comissão dos líderes parlamentares e nomearam os representantes do concelho nos vários órgãos nacionais, regionais e locais.
Além disso, empossaram também duas comissões de capital importância em qualquer concelho médio ou grande do nosso tempo. Falo da "Comissão de planeamento urbanístico, ambiente, ordenamento do território e florestas" e da sua irmã gémea "Comissão de planeamento estratégico, actividade económica e turismo".
Que se saiba, nunca em Tomar existiram comissões homólogas, ou parecidas, nem consta que existam, ou que esteja sequer prevista a sua constituição. Porquê? Para evitar problemas com as sumidades da DGT - Divisão de Gestão do Território? Para não incomodar o executivo? Porque é muito mais fácil limitar-se a receber as senhas de presença, sem levantar ondas?
Trata-se em qualquer caso de uma situação objectivamente contraditória. Os deputados municipais de Ourém é que têm o Santuário de Fátima no concelho, mas os de Tomar é que parecem continuar à espera de milagres.
Pobre terra. Triste gente.
ADENDA
"Muita da nossa mediocridade, da nossa incapacidade de fazer reformas e do nosso constante adiar das escolhas difíceis, passam precisamente por fazermos de conta que continua a tutelar o país e a determinar as nossas vidas esse homem enterrado há 47 anos no cemitério de Santa Comba Dão."
Helena Matos, Observador, 26/11/2017
Pobre terra. Triste gente.
ADENDA
"Muita da nossa mediocridade, da nossa incapacidade de fazer reformas e do nosso constante adiar das escolhas difíceis, passam precisamente por fazermos de conta que continua a tutelar o país e a determinar as nossas vidas esse homem enterrado há 47 anos no cemitério de Santa Comba Dão."
Helena Matos, Observador, 26/11/2017
Quanto ao Regimento a Assembleia Municipal de Tomar elaborou-o logo após a posse e aprovou-o na reunião do passado dia 17 de Novembro, portanto estão à frente da congénere de Ourém.
ResponderEliminarE como em Tomar já tinha sido criada a Comissão Municipal do Ambiente, que cessou funções no fim do mandato, espera-se que seja reativada na próxima reunião da Assembleia Municipal.
A Assembleia Municipal de Tomar também já elegeu os representantes do concelho nos vários órgãos nacionais,
regionais e locais, como fez a de Ourém.
Já agora o Sr. Prof. Rebelo esqueceu-se de referir que a Assembleia Municipal de Ourém tem um catering em sala anexa à das reuniões, onde os srs. deputados municipais (executivo camarário, comunicação social, público presente e outros) podem ir petiscar.
Será que também preconiza tal serviço para a Assembleia Municipal de Tomar?
Ele há coisas ...!!!!!!
Pois sim! Mas quanto às duas comissões a negrito, nem palavra. Lá terá as suas razões.
EliminarSobre a comezaina lateral às reuniões da AM, olhe que não era má ideia, porque afinal, como bem reza o ditado popular, "ou há moralidade ou comem todos". E mais um ou dois quarteirões de eleitores a petiscar à custa do orçamento, pouca diferença faz, tanto mais que em Ourém não há festas gratuitas financiadas pela autarquia para gáudio do povo. É tudo com entradas pagas e assim é que está bem. São afrancesados, por causa de emigração. Exactamente como no caso do planeamento estratégico e ordenamento de território, por exemplo.
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarDado que resolveu remover o seu comentário, lastimo não poder responder-lhe como desejaria, nomeadamente no que concerne às comezainas a latere.
EliminarO seu comentário continua no meu email, porém a minha educação cívica impede-me de o publicar ou citar em detalhe, uam vez que o eliminou daqui, por motivo que julgo entender.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarTomar ter-se-á tornado numa pequena cidade industrial semi-morta, a tomar consciência da ingrata situação geográfica com que, inopinadamente, se confronta. Não partilha das vantagens (e influência) de pertencer nem a uma grande área metropolitana nem a uma importante área rural. Está no meio. E de permeio outros se vão aproveitando - barrando-lhe o acesso. Logo, economia estagnada, diminuição da população e a esmagadora dos jovens com mais formação a apontarem a realização dos seus projetos de vida longe do Nabão. Assim vai acontecer. Quanto mais formação, nomeadamente universitária, tiverem os seus jovens, maior será a debandada. Isto vem acontecendo há décadas. Para vislumbrar a volta a dar, é preciso um amplo debate que envolva as populações, as empresas, as associações de todo o tipo, os órgãos de informação (como o faz o Tomar a dianteira) É preciso criatividade; para isso tem que mobilizar os munícipes em grandes debates: os comerciantes e outros empresários, professores, especialistas, ativistas locais, pessoas com grande experiência do concelho nas mais variadas áreas de atividade. A sociedade civil tem de organizar-se e puxar pela cachimónia. Menos festas à borla... e mais participação, arrastando consigo os políticos locais, os quais, à distância, me parecem vulgares funcionários públicos manietados pela cultura da hieraquia estatal e da....
ResponderEliminar...DA GOSMA.
Quanto à Leninha tartamuda da ADENDA, no Observador (se ela se fosse lixar mais o Salazar)... Minha nossa!!! O Observador parece ter-se tornado a marca de água do TaD. Só me apetece é chorar.
Começo pelo fim. Não para contrariar o senhor de Lapalisse, mas para te indicar uma composição musical de que gosto muito, e me parece adequada ao momento: No llores por mi Argentina, na voz de paloma San Basílio. Vais-me dizer, calhando, que é sobre a Evita, a mulher do Peron. Pois é. E daí? De qualquer forma, não chores por mim Fernando. Chora por Tomar, que é nossa terra. Chora pelos políticos tomarenses, cujo arcaboiço não lhes dá para mais e que estão convencidos das suas capacidades. Chora pelos tomarenses, vítimas da formatação que lhes foi inculcada.
EliminarJá choraste tudo? Então agora ouve mais um bocadito de música. Vai ao youtube e digita franck sinatra my way. Bem sei; foi um refinado patife, mafioso e extremista de direita. Se a voz dele te desagrada assim tanto, digita andre rieu my way e depois repara naquele espectador que, como tu, também se emociona e começa a verter lágrimas durante o concerto. É a vida, Fernando.
Quanto à Leninha, o que ela diz naquele excerto parece-me o melhor retrato do país jamais escrito em tão poucas linhas. De resto, no teu comentário dizes praticamente o mesmo, por outras palavras:Em Tomar continuamos à espera que um senhor lá de cima ajude esta terra com investimento do estado e funcionários com fartura, acicatado por um grande senhor de Tomar, que foi Fernando como tu.Falo do general Fernando de Oliveira, que após tudo o que fez em prol de Tomar e dos tomarenses, no dia 4 de Maio de 1974 vestiu a sua farda de 1ª e foi apresentar-se no quartel general com estas palavras: -Prendam-me que eu sou um fascista e tenente do 28 de Maio. O brigadeiro Morais, então comandante da região, pediu-lhe para esperar um bocadinho. Após longos contactos telefónicos, voltou a falar-lhe, com estas palavras asquerosas: -Vá para casa, meu general. O senhor já não tem idade para estas coisas. Fernando de Oliveira faleceu um ano depois.
Somos um país assim, Fernando.
Não. Não vou ouvir as canções sugeridas. Porque o teu comentário mais parece um poema muito sentido, onde se refere várias vezes o meu nome (Fernando), decidi ir ouvir a canção "FERNANDO", cantada pelos ABBA, famoso grupo musical sueco da década de 70 séc. passado. Vozes deliciosas, excelentes instrumentistas, caras bonitas e um poema de perder a respiração. Meti na minha cabeça que a canção me foi dedicada, embora conste que foi a um grande revolucionário da América Latina.
ResponderEliminarEu também já não tenho idade para estas coisas, mas não quero morrer no próximo ano.
Gosto muita deste pensamento de Oscar Wilde: "A tragédia da velhice não consiste no facto de sermos velhos, mas no facto de ainda nos sentirmos novos". Aplica-se a ti. Não te estou a chamar velho. Desconfio que também se aplica a mim.
Decididamente, julgo que Tomar, os tomarenses, as forças políticas locais, deviam tentar uma nova abordagem ao teu padrinho, como tomarense e autarca. De uma coisa tenho a certeza: o povo gostava dele, admirava-o, era o seu ai-jesus. Servidores do fascismo há por aí muitos de braço dado com a democracia.
Vai ouvir a canção dos ABBA: "FERNANDO". Está online.
Pelos jeitos, as pessoas estão a gostar muito do petisco, uma vez que já vamos a caminho das 500 visualizações. Deve de ser o pessoal de Ourém, por saber que o administrador do blogue tem casa em Caxarias.
ResponderEliminar