domingo, 25 de fevereiro de 2018

Um safanão no Politécnico de Tomar

A notícia é da Rádio Hertz e pode ser lida aqui. O Município do Entroncamento acaba de assinar um protocolo de colaboração com o Instituto Politécnico de Lisboa. Para que não restem quaisquer dúvidas, o documento subscrito especifica "acções nos domínios do ensino, formação, investigação e prestação de serviços".

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Ligada por comboios directos a três Institutos Politécnicos (Tomar a 19 quilómetros, Santarém a 50 quilómetros e Lisboa a 110 quilómetros), a cidade do Entroncamento optou pelo mais afastado. Porque terá sido?
Quando nestas colunas se tem chamado a atenção para a evidente degradação do Instituto Politécnico de Tomar, nomeadamente em termos de reputação académica, cada vez mais visível na redução anual das candidaturas e no fraco nível dos candidatos, os visados avançam para desculpas tipo insulto. É mentira, o gajo é sempre do contra, isso não passa de má-língua, e outras pérolas do mesmo viveiro. Quanto a desmentidos fundamentados ou explicações plausíveis, era bom era. Mas não há.
Este protocolo agora celebrado entre o Município do Entroncamento e o IPL, vem demonstrar, sem margem para dúvidas, que pelo menos um autarca da região não acredita nas qualidades do IPT, sempre alegadas, mas raramente demonstradas. Constitui portanto um safanão nos responsáveis académicos tomarenses. Para não dizer uma autêntica bofetada de luva branca. A exigir medidas urgentes, no sentido de melhorar a qualidade do ensino superior em Tomar, sob pena de, dentro de algum tempo, deixar de haver IPT autónomo. Assim como quem diz, façam pela vossa vida futura, que nós já conseguimos abrigo num porto bem melhor.
A cúpula politécnica nabantina vai finalmente ouvir a mensagem, ou prefere acentuar a fingida surdez?
Para situações como esta, a sabedoria popular usa geralmente dois provérbios. Um deles refere que "a mentira tem a perna curta". O outro diz que "apanha-se mais depressa um aldrabão que um coxo". Tomar a dianteira prefere este.
Porque a ignorância remedeia-se aprendendo. A óbvia falta de massa cinzenta não tem solução.

4 comentários:

  1. Meu Caro Amigo, você tem mesmo costela de cruzado, continua com a sua cruzada, adapta agora à expansão de Tomar, em várias áreas.
    Eu continuo a estar do seu lado, em muitas dos seus ideais, mas mais céptico, a julgar que anda infelizmente a pregar aos peixes do Nabão.

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  2. Grato pela sua opinião. Tem razão. O resultado daquilo que aqui vou escrevendo é aparentemente nulo. E os leitores não são multidão. Apenas umas três centenas, com uma parte importante de espalhados pelo Mundo.
    Apesar de tal panorama, não conto desanimar até que a saúde o permita. Os três grandes objectivos que me fixei -cumprir o dever de cidadania, manter a cabeça activa e deixar escrito para memória futura- já foram, são e serão sempre alcançados. Se além disso conseguir essa proeza que seria o despertar do eleitorado tomarense para a inevitabilidade de ajudar Tomar a trilhar outro caminho, pois tanto melhor.
    Por agora, que remédio. Contento-me com os três grandes eixos antes referidos. E declaro a minha disponibilidade para ajudar, caso seja solicitado. Como sempre fiz, mesmo tratando-se de quem não pensa como eu.

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  3. A minha opinião, tem tudo menos a pretensão de o desanimar, coisa que de resto não tenho qualquer dúvida, não teria qualquer êxito.
    O sermão vai adequado, os peixes é que pela poluição, têm os ouvidos tapados.

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  4. Tem razão. A coisa é na verdade bem antiga. Já o nosso Fernando Bulhões, nascido ali junto à Sé de Lisboa, teve de ir para Pádua e mudar de nome para os peixes de lá o ouvirem. Refiro, como já percebeu, Santo António. De Pádua, em Itália, onde tem uma imponente basílica, sendo o santo protector dos objectos perdidos. De Lisboa, onde apenas lhe dedicaram uma modesta capela no sítio do nascimento, e o têm por santo casamenteiro. Se calhar é por isso que tantos casamentos são casos perdidos...

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