"Estalagem de Santa Iria fechou", titula o nosso prezado colega Tomar na rede. É portanto, salvo qualquer imprevisto serôdio, um êxito da presidente Anabela Freitas. Mais precisamente, em linguagem desportiva, a nossa presidente não jogou da melhor forma, mas como ousou atacar, venceu. Pelo menos por agora. Já os latinos proclamavam que audaces fortuna juvat -a sorte protege os audazes. Parabéns! E os próximos passos?
Doravante, as coisas só podem complicar-se, mesmo na ausência de qualquer reacção da empresa que foi despejada. Para já, o mais premente é o problema da segurança do recheio e do edifício. O que vai mandar fazer a senhora presidente? Mantê-lo fechado e devidamente guardado? Transferir todo o recheio para local seguro? Que local seguro? Há sequer um inventário credível, subscrito por ambas as partes, que permita verificar agora se está lá tudo o que estava no início da concessão?
A estalagem está a precisar de requalificação, a relva está a precisar de requalificação, os arbustos estão a precisar de requalificação, o Mouchão está a precisar de requalificação...
A seguir, tornar-se-à cada vez mais evidente a mesma situação de sempre: a câmara nunca teve nem tem estratégia. Ou, se acaso tem tal coisa, nunca a explicitou à opinião pública tomarense. Como os leitores bem sabem, em cada caso, a senhora presidente limita-se a difundir, ou a mandar publicar, a acção A, B ou C, geralmente obras. Sem nunca explicar de que plano global fazem parte. De tal forma que os cidadãos, mesmo os mais metidos nestas coisas da política local -incluindo os apoiantes da actual maioria- não percebem para onde vamos, como vamos e quando vamos, enquanto comunidade municipal. Se é que caminhamos para algum lado, a não ser para a irrelevância. A ideia sempre presente é que Anabela Freitas navega ao sabor da corrente. Em função dos programas e dos fundos europeus. É pouco e perigoso.
O caso da estalagem não foge à regra. Era evidentemente um assunto a solucionar logo que possível, dado arrastar-se há mais de uma década, com avultado prejuízo para a autarquia, tanto em termos monetários como de reputação. A parte inicial está feita. Com coragem e sucesso, diga-se. A câmara tem agora outra vez o seu menino ao colo. O que vai fazer com a criança? Se alguém nos Paços do concelho já pensou maduramente nesse assunto e se há algum plano, a curto, médio e longo prazo, continua no segredo dos deuses. O que não é bom sinal. Convém sempre informar cabalmente aqueles que representamos. O apoio carneiral nunca vai longe. É melhor prevenir que remediar.
Aguardemos o que vai ter de aparecer. Que assim à priori dificilmente será algo bom, uma vez que a câmara, além das suas já conhecidas lacunas, não tem qualquer experiência na área da gestão turística. E muito menos vocação hoteleira. Mesmo assegurando tecto e comida a muita gente.
Assunto a seguir. Com atenção e muita preocupação.
ADENDA, ÀS 12h25 DE LISBOA
O nosso homólogo Tomar na rede publica aqui uma mensagem sibilina bastante importante:
- A estalagem de Santa Iria, situada no parque do Mouchão, fechou depois de 27 anos de concessão da câmara, num diferendo que promete arrastar-se nos tribunais.
A ser assim, Tomar a dianteira bem avisou em tempo útil. Sem eco, como é costume.
ADENDA, ÀS 12h25 DE LISBOA
O nosso homólogo Tomar na rede publica aqui uma mensagem sibilina bastante importante:
- A estalagem de Santa Iria, situada no parque do Mouchão, fechou depois de 27 anos de concessão da câmara, num diferendo que promete arrastar-se nos tribunais.
A ser assim, Tomar a dianteira bem avisou em tempo útil. Sem eco, como é costume.
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