domingo, 4 de fevereiro de 2018

Confirma-se: está tudo interligado

 Acaba de ser  divulgado o ranking dos estabelecimentos de ensino do país, o qual tem por base os resultados fornecidos pelas próprias escolas quanto a  avaliações internas e a exames nacionais do 9º e do 12º anos de escolaridade. São portanto factos. Que podem e devem ser contextualizados e discutidos, mas nunca postos em causa ou alvo de suspeitas, sejam elas quais forem.
Uma vez que a realidade tomarense não é em geral assim muito agradável, logo que se pensa um bocadinho mais, o que segue tão pouco é agradável. Convém por isso esclarecer desde já que Tomar a dianteira 3 nada tem contra os professores, pois o seu responsável  integrou a carreira docente durante mais de 30 anos e dela guarda, no conjunto, muito boas recordações. Dito isto, Cunha Rego acertou em cheio: As coisas são o que são. Temos portanto que respeitá-las, agindo em conformidade.


O que segue foi elaborado a partir da matéria publicada pelo OBSERVADOR. Decidiu-se fazer quadros comparativos entre os seis maiores concelhos da região. A primeira dificuldade que apareceu foi a respectiva ordem de publicação. De acordo com a população? Com o alfabeto? Com a quantidade de alunos? Com a média dos exames? Optou-se pelo ranking médio de cada concelho, que se obteve somando as classificações das respectivas escolas e dividindo pelo seu total. Eis o resultado, do melhor para o pior:

1º Ourém  92º lugar 
2º Leiria 120º lugar
3º T. Novas 130º lugar
4º Santarém 144º lugar
5º Abrantes 260º lugar
6º Tomar 271º lugar

Desanimador, não é? Mas que fazer? Talvez assinalar que em 2016 Tomar ainda estava pior, com um ranking médio de 317,5. Em 2017 já aparece no meio da tabela, que inclui 546 escolas. Houve portanto algum progresso. Mas outro tanto sucedeu nos concelhos vizinhos. Abrantes estava então no 297º lugar e Ourém em 151º. O que mostra que entretanto conseguiram melhor que nós. Como é usual.
Apesar da tristeza, vamos lá então respeitar a ordem supra indicada no quadro comparativo de resultados, tal como foram difundidos:

1º Ourém: S. Miguel,  29º lugar, média de exames 12,83 valores,  média interna 14,49 valores
                 CEF, 86º lugar, média de exames 11,64 valores, média interna 13, 74 valores
                 EBS Ourém, 161º lugar nacional, 11,13 valores, 14,06 valores 

2º Leiria:  Colégio Pereira da Costa, 39º lugar, 12,43 valores, 13,58 valores
                 EBS Maceira, 42º lugar, 12,38 valores, 14,18 valores
                 ES D. Sequeira, 96º lugar, 11,57 valores, 13,90 valores
                 ES Rodrigues Lobo, 141º lugar, 11,28 valores, 13,56 valores
                 ES A. Lopes Vieira, 280º lugar, 10,58 valores, 13,38 valores

3º T. Novas: ES A. Gonçalves, 92º lugar, 11,59 valores, 13,97 valores
                     ES Maria Lamas, 112º lugar, 11,09 valores, 13,48 valores

4º Santarém: ES G. Machado, 130º lugar, 11,51 valores, 13,99 valores
                      ES Sá da Bandeira, 158º lugar, 11,15 valores, 13,95 valores

5º Abrantes: ES M. Fernandes, 186º lugar, 10,99 valores, 13,68 valores
                     ES S. Abreu, 335º lugar, 10,33 valores, 13,36 valores

6º Tomar: ES J. Ratton, 253º lugar, 10,70 valores, 13,39 valores
                  ES S. M. Olivais, 289º lugar, 10,51 valores, 14,36 valores

Entre outras coisas, é isto o que mostram os dados numéricos oficiais. Pior que Tomar, só mesmo a Escola Secundária Solano de Abreu, em Abrantes. Confirma-se assim que está tudo interligado. Nos concelhos em crise, com falta de investimento, falta de emprego, falta de planos eficazes e fuga da população, os resultados escolares tão pouco são brilhantes. Como bem costuma dizer o povo, não é possível fazer chouriços sem carne. Mas há quem vá tentando, conforme veremos no próximo texto, que este já vai longo.
                 



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