O tema é incómodo, porque mexe com muitos interesses, mas já foi abordado nestas colunas aquando da atribuição de duas medalhas de não sei quê aos SMAS - Tomar, cujas qualidades todos conhecemos tão bem. Volta agora à ordem do dia, com os sucessivos prémios atribuídos recentemente a Portugal na área do turismo.
Surpreende e questiona um bocado, confrontar os tão propalados prémios disto e mais aquilo, atribuídos a Portugal em matéria de turismo, quando afinal pouco ou nada se fala do nosso querido país nos vários rankings internacionais.. Aqui há dias foram os vinte melhores destinos para 2018 que nenhum viajante deve perder, e Portugal não fazia parte. Agora são as dez melhores cidades para visitar em 2018, e nenhuma é portuguesa.
Simples azar? Ou há algo que não bate certo na propaganda nacional? Serão afinal prémios comprados, para iludir o pagode? Quais? Estes da Lonely Planet, que resultam da votação dos seus milhões de leitores? Ou os atribuídos a Portugal, não se sabe bem como nem por quem?
As 10 melhores cidades a visitar em 2018, segundo a Lonely Planet
(Copiado do El País online)
1 - Sevilha - Espanha
O ano de Murillo e muito mais
2 - Detroit - Estados Unidos da América
Explosão criativa após a catástrofe económica
3 - Camberra - Austrália
Espírito 100% australiano
4 - Hamburgo - Alemanha
A nova filarmónica e outros encantos portuários
5 - Kaohsiung - Taiwan
A bela vida estilo taiwanês
6 - Antuérpia - Bélgica
O grande ano do barroco flamengo
7 - Matera - Itália
Uma cidade troglodita a caminho da fama
8 - S. Juan - Porto Rico
Encanto colonial com ares de vanguarda
9 - Guanajuato - México
Prata, estudantinas e arte colonial
10 - Oslo - Noruega
Bodas de ouro reais e ópera por todo o lado
Se teve paciência para chegar até aqui, se gosta de relambório, se lê e entende castelhano e se tem alma de viajante, pode ler aqui a descrição rápida de cada cidade. A tal storytelling, que foi debatida por conceituados especialistas de elevadíssima craveira em matéria de turismo, durante um seminário sobre turismo militar no Convento de Cristo...
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ResponderEliminarE depois...?
ResponderEliminarO turismo é dos maiores negócios do mundo, vital para alguns países. A concorrência é acérrima. As influências são permanentes e agressivas. Vale tudo. Mesmo comprar publicidade a preço de ouro, como o terá feito o nosso governo em conluio com o setor, como o fazem todos os países em conluio com a indústria respetiva desses países. Vamos agora indignarmo-nos com essa eventual esperteza, só porque se trata do governo da Geringonça?
Não se trata de estar ou não indignado, até porque não adiante nem atrasa. Procura-se, isso sim, alertar o Zé pagante, no sentido de não se deixar intrujar. Sobretudo quando se trata de entidades que prestam serviços deficientes e procuram abrigar-se em pretensos prémios de qualidade, que afinal foram antes negociados. Como os SMAS, por exemplo.
EliminarGeringonças ou não, os governos que de algum modo tentam enganar os eleitores com ideias falaciosas devem naturalmente ser criticados.
Em tempos, a grande companhia aérea brasileira era a VARIG, que depois faliu. Entretanto já os brasileiros a tinham alcunhado como Vários Alemães Reunidos Intrujando o Gaúcho.
Tal com eles, temos agora a TAP, por alcunha Também Aldrabamos os Portugueses. Sempre é mais apresentável que a anterior: Transportes Assim, Porra!