sábado, 10 de fevereiro de 2018

Um bocadinho de clima quente

Com o longo fim de semana carnavalesco à porta e temperaturas pouco agradáveis no vale do Nabão, Tomar a dianteira resolveu sacar e mandar algumas imagens da beira-mar de Fortaleza, onde a temperatura é praticamente constante durante todo o ano: 25 graus centígrados. 
Aqui vai  uma coisa estilo Facebook:

 Um coração no coração da Praia de Iracema. Arte moderna, claro. Mas não tão deslocada quanto isso. Basta recordar o velho fado "Menina do rés do chão/ Não tenha a janela aberta/ Olhe que o meu coração/ Anda sem morada certa", a demonstrar que no coração de cada um também moram pessoas. E muitas, muitas outras ideias. Por isso lá estão os livros, bem visíveis do lado direito.

 A Prefeitura de Fortaleza, que é afinal o executivo local, sendo a Câmara a assembleia municipal, anuncia assim em plena praia os festejos de carnaval, patrocinados pela cerveja SKOL.

Um dos palcos das festividades. Há outros espalhados pela cidade. E até bancadas, instaladas na Av. Domingos Olímpio, para o desfile de Carnaval.

Um aspecto da Praia de Iracema. À direita um vendedor de chapéus. Há por aqui muitos vendedores ambulantes, bem como locais onde alugam bicicletas, triciclos, patins e pranchas de surf.

Outro aspecto da praia. Ao fundo a Ponte dos ingleses.

WCs descartáveis é coisa que não falta, mas o cheiro circundante é geralmente pouco agradável, apesar de sucessivas lavagens por camião especializado.

 Este "Fortaleza" sempre é mais alegre e apelativo do que aquele "Tomar" ferrugento que se vê em Tomar, na Rotunda, ou não?

 As recentes marés vivas encheram o calçadão de areia, mas as máquinas já vieram restabelecer a normalidade.

Terceiro mundo, assim uma espécie de Reboleira, como escreveu um anónimo palerma aqui há tempos. Será mesmo? Ou a cova tomarense é que está cada vez  está mais isolada do mundo moderno?

 Uma das muitas esplanadas à beira-mar plantadas.

 No primeiro plano um dos muitos skaters e ciclistas que por aqui circulam, sobretudo nos fins de semana. Do lado direito, no pavimento, a linha-guia para invisuais, em mosaicos estriados.


Retratos de gente da Praia de Iracema, a decorar um muro da beira-mar.

 
O edifício no primeiro plano é o  condomínio-residência dos Tabajaras (nome de uma tribo de índios da região), em cujo muro de suporte da piscina foram afixadas as fotos dos habitantes de Iracema. Do lado esquerdo é o mar. Um quarto neste prédio, com chuveiro, canto cozinha e vista para o mar, custa menos de 50 euros por noite nesta altura do ano. O pior são as ligações via TAP. Mais de mil euros ida e volta.

Uma velha caravela encalhada? Não. Apenas um clube nocturno chamado "Pirata",  à beira-mar, no largo parcialmente homónimo:


 A Ponte dos ingleses, que é afinal um pontão construído durante a 2ª guerra mundial, para permitir a acostagem de cargueiros. Podem ver-se a antiga torre de vigia e  as casernas.


Junto à Ponte dos ingleses é o território da malta das pranchas de surf.

 Vendedores ambulantes de salgados, doces e bebidas.

 O calçadão junto ao Aterro da Praia de Iracema. Do lado direito a pista ciclável e para atletas.

 A Praia do Meireles, tal como aparece a quem vem da Praia de Iracema.

A foto inversa. No primeiro plano a Praia do Meireles. Lá ao fundo, do lado direito, o último prédio alto marca o início da Praia de Iracema. Há vários espigões, simultaneamente quebra-mar e aojamento para emissários de esgotos. Fortaleza tem uma população equivalente a um quarto da população portuguesa.

Com as praias iluminadas durante toda a noite, é sempre possível praticar os mais variados desportos. Estas duas últimas fotos foram tiradas ao cair da noite, sentado à beira-mar, bebendo uma água de coco, frente ao Hotel Othon Palace Fortaleza, que fica do outro lado da Av. Beira-Mar.
Com 25º praticamente durante todo o ano e magníficas condições de mar, compreende-se que haja por aqui muitos residentes aposentados. Sobretudo brasileiros do sul, argentinos e italianos. Ainda ontem se conversou no ascensor com um aposentado natural do Rio de Janeiro, que resolveu vender tudo e vir viver para aqui. "No Rio não se pode, com tanta violência e tanto abandono", disse ele com semblante triste e preocupado.



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