Nem de propósito
Castelo dos Templários e Convento de Cristo. Do lado direito, a antiga enfermaria conventual, mais tarde hospital militar, actualmente fechada ao público, na qual já por diversas vezes se alvitrou instalar uma unidade hoteleira. Por enquanto, a parte devoluta e vedada ao público do Convento de Cristo ainda não foi incluída no programa REVIVE, de concessão a privados. Até quando? Qual a posição da autarquia?
Quando há poucos dias aqui se escreveu sobre o futuro da Estalagem de Santa Iria, vincou-se a necessidade de elaborar um caderno de encargos consistente, no mínimo com um esqueleto de projecto, de forma a permitir conhecer a duração da concessão, a renda mensal, o investimento previsto, o período de carência e a remodelação a efectuar, nomeadamente o total de quartos. No Expresso online de hoje, um gestor de topo da empresa Pousadas de Portugal informa que nem todos os imóveis a concessionar, no âmbito do programa governamental REVIVE, interessam à empresa, mas sobre os que consideram mais susceptíveis de aproveitamento, pretendem conhecer antes pelo menos três factores. Ora leia:
"Castanheira Lopes diz também que uma futura tomada de posição dependerá de, pelo menos, três fatores, que ainda não são conhecidos: "Nesses casos [dos que têm interesse em estudar], evidentemente, teremos de saber qual é o prazo da concessão, qual é a renda que vamos pagar e o que é que poderemos vir ali a fazer". Por exemplo, "quantos quartos posso fazer? 10? Não estou interessado. 40? Talvez. 70? Certamente", explicou o responsável. "Sem termos estas situações definidas não nos podemos pronunciar [no concreto]. Aguardamos", refere."
Aqui fica o aviso. Com destaque para "10 quartos? Não estou interessado. 40 quartos? Talvez. 70 quartos? Certamente." Numa frase curta: Quanto mais quartos melhor. De forma que a nossa estalagem, com apenas uma dúzia de quartos...
Por conseguinte, se a Exma Câmara está convencida de que a questão da Estalagem de Santa Iria pode ser resolvida assim "estilo meia bola e força", como é habitual, podem ir tirando o cavalinho da chuva, para o animal não apanhar nenhuma pulmoeira. A hotelaria turística é uma área cada vez mais complexa, que não se compadece com amadores de circunstância.
Por conseguinte, se a Exma Câmara está convencida de que a questão da Estalagem de Santa Iria pode ser resolvida assim "estilo meia bola e força", como é habitual, podem ir tirando o cavalinho da chuva, para o animal não apanhar nenhuma pulmoeira. A hotelaria turística é uma área cada vez mais complexa, que não se compadece com amadores de circunstância.
Caso os respeitáveis senhores autarcas queiram evitar outra bronca, parecida com a do ex-Convento de Santa Iria, que há mais de uma década não ata nem desata, o melhor será fazer as coisas by the book. Como mandam as melhores práticas. E se não se sentem à altura das circunstâncias, peçam ajuda, sob a forma de assessoria.
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