Tal como na vida em geral, também na política, sobretudo a nível local, é praticamente obrigatório saber até onde se pode ir demasiado longe. Infelizmente para ele e para todos nós, o político eleito Luís Ferreira está a demonstrar que não sabe.
Era previsível, na sequência da sua desvinculação de vários órgãos do partido onde milita e pelo qual foi eleito, e após os seus camaradas lhe terem retirado a confiança política por unanimidade, que algo iria acontecer. Nunca imaginei, porém, que logo na sua primeira intervenção como eleito independente no parlamento municipal, fosse tão longe e tão fora de propósito: "O único senão desta boa medida [tornar gratuito o parque de estacionamento junto ao ex-estádio, agora campo de treinos] ... ... é que a presidente da Câmara tenha tentado ludibriar os deputados municipais, mentindo-lhes na referida assembleia..." Luís Ferreira aqui
No seu blogue Vamos por aqui, o citado Luís Ferreira tem uma máxima que se torna assaz curiosa quando associada ao nome do blogue, que denota sede e hábitos de liderança, e à actual, delicada e complexa situação do PS tomarense. Escreve ele que "Quando se sabe para onde ir, até o vento contrário ajuda." Será por isso que, em relativamente pouco tempo, já foi de Tomar para Alpiarça e de Alpiarça para Coimbra? De mentor do PS a caído em desgraça? De eleito socialista a tribuno independente na Assembleia municipal de Tomar? De companheiro de cama e mentor ideológico de Anabela Freitas, a seu acérrimo adversário, senão mesmo inimigo?
Não só por ele, que sendo meu conterrâneo e velho conhecido, merece a minha compreensão e solidariedade humana, mas também por todos nós, parece-me útil formular, enquanto ainda é tempo, algumas questões que considero pertinentes e fulcrais: Luís Ferreira e Anabela Freitas sabem realmente para onde estão a ir? Os actuais dirigentes socialistas tomarenses sabem para onde vão? Para onde estão a arrastar o PS nabantino? Tanto uns como outros têm a certeza que os ventos contrários estão mesmo a ajudar?
Salta à vista que esta querela bizantina PS/Ferreira tem tanto de político como de sentimental. Só falta apurar se a zanga política foi potenciada pelo desentendimento doméstico-sentimental, ou o exacto oposto. Seja como for, quero deixar aqui bem claro que me abstenho sempre de abordar a vida privada de cada um. Que é sempre domínio reservado. Salvo quando, como é o caso, não se consegue ver bem onde acaba uma e começa a outra, de tal forma estão imbricadas. O que obriga a tentar alertar a opinião pública concelhia, dado a experiência nos ensinar que as crises passionais nunca geraram nada de bom. E quem paga, no fim de contas, são sempre os mesmos -os indefesos contribuintes, entre os quais infelizmente me incluo. Que remédio...
anfrarebelo@gmail.com
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