Há quem tenha visto, no escrito anterior sobre os Pegões um ataque aos profissionais da Empresa editora Cidade de Tomar. São mentes doentias, de cidadãos movidos a "intrinveja", uma maleita muito comum em Tomar, que pode ser resumida como uma misto de intriga e inveja. No caso em apreço, conforme de resto consta da própria peça, tratava-se apenas e só de restabelecer a verdade dos factos, que antes fora inadvertidamente trucidada pelos autores da notícia, se calhar induzidos em erro pelas informações disponíveis ou disponibilizadas. Acessoriamente, visava-se alertar também para algo geralmente ignorado: Os números apenas mostram; só as palavras é que podem mostrar e explicar.
Indo ao real, para melhor compreensão. Escreve-se, a fechar a notícia citada, publicada no site de Cidade de Tomar, que o fluxo de visitantes do Convento de Cristo aumentou exponencialmente após obras de restauro. Excluindo o exagero, é verdade que os números disponíbilizados pela entidade gestora daquele e de outros monumentos mostram isso mesmo. Mostram apenas. Não explicam. Trata-se portanto de uma primeira impressão, que pode ser -e geralmente é- enganadora.
Atendo-se apenas ao Convento de Cristo, é verdade que tem registado um constante aumento anual de visitantes, mas isso não se deve, de modo algum, ao mérito da sua gestão. Resulta apenas e só de três factores exógenos: A - O aumento anual de turistas em todo o país, consequência nomeadamente da insegurança nos países muçulmanos, que provocam o desvio para Portugal de importantes contingentes de turistas, sobretudo europeus; B - A evolução natural do turismo nacional, a qual vem proporcionando o aumento generalizado de visitantes em qualquer monumento; C - O contributo da Festa dos Tabuleiros, nos anos em que se realiza. A título ilustrativo, os três principais monumentos de Sintra (Palácio + Pena + Castelo), passaram em 10 anos (2005 - 2015) de 597.156 para 2.233.156 visitantes anuais. Muito acima, como se vê, do modesto Convento de Cristo.
Estes são os facto explicativos, naturalmente abertos ao contraditório, caso haja quem tenha unhas para tocar semelhante guitarra. O resto são balelas para ganhar a vida, tentar ornamentar curriculos e melhorar carreiras. É humano. Mas não é sério.
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