Texto e fotos de
António Freitas
António Freitas
Jornalista
Há anos que não assistia à procissão
de Santa Iria mas, pelo que vi, a mesma é linda. É lindo ver o Rio Nabão
“inundado” de milhares de pétalas. Mas não se pode ver a mesma com amadores
armados em repórteres a estorvar, quando os profissionais da imagem são
pressionados pelo padre Sérgio, como orientador da procissão, ou com
forças de segurança a abrir o cortejo, tendo mesmo assim a organização
recorrido a dois seguranças privados da Prossegur. Depois, o “sagrado” costume
de, a abrir o cortejo religioso, a senhora presidente da Câmara
continuar a transportar um pendão religioso de Santa Iria (quando em
qualquer lado se vêm autarcas eleitos a desfilar atrás do andor da
imagem, sem transporte de bandeiras ou pendões). E, no meio disto tudo, o povo
impedido pela PSP de cruzar a Ponte velha, ainda a procissão ia na Rua
Infantaria 15. E depois, os fiéis impedidos de seguir atrás da procissão, quando
a mesma entra na Ponte velha, forçados a ficarem na outra margem, não são
seguramente os melhores cartões de visita de uma procissão religiosa.
Porque não se deixa o povo, na sua
maioria idosos, ir para cima da ponte, criando um corredor no topo sul, com
escuteiros e voluntários, de forma a que as crianças, passem lancem as pétalas
e sigam para o lado da Alameda 1 de Março?
O povo continua a ir em força,
assistir a uma singela procissão, baseada numa lenda e em honra da Santa, que
dá nome a uma Feira que lentamente, por falta de inovação, vai morrendo. Com
tantos entraves e o povo a ter que ficar tão longe, é de questionar: Será
que vale a pena ir a Tomar?
Que de uma vez por todas, se insira
nos princípios constitucionais de separação de poderes e laicidade do Estado,
que a Constituição consagra, que o transporte de bandeiras ou pendões
religiosos não compete aos eleitos do executivo, da Assembleia Municipal ou das freguesias, mas unicamente às 16
paróquias do concelho, podendo os eleitos incorporar a mesma no lugar que
protocolarmente a lei e os princípios consagram.
Nunca mais aprendemos!
Fechar ao povo a livre circulação
de pessoas numa ponte, porque vem lá a procissão de Santa Iria, 45 minutos
antes da mesma chegar, não por favor! É ilegal e de muito má educação.
Deixem os “velhinhos” ver a sua
festa, que a procissão não é uma manifestação que justifique grades. Apenas bom senso e boa organização.
Texto editado por António Rebelo
Texto editado por António Rebelo
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