sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Povo impedido de assistir ao lançamento de pétalas ao Nabão, no final da Procissão de Santa Iria

Texto e fotos de
António Freitas
Jornalista

Há anos que não assistia à procissão de Santa Iria mas, pelo que vi, a mesma é linda. É lindo ver o Rio Nabão “inundado” de milhares de pétalas. Mas não se pode ver a mesma com amadores armados em repórteres a estorvar, quando os profissionais da imagem  são pressionados pelo padre Sérgio, como orientador da procissão, ou com  forças de segurança a abrir o cortejo, tendo mesmo assim a organização recorrido a dois seguranças privados da Prossegur. Depois, o “sagrado” costume  de,  a abrir o cortejo religioso, a senhora presidente da Câmara  continuar a transportar um pendão religioso de Santa Iria (quando em qualquer lado se vêm autarcas eleitos  a desfilar  atrás do andor da imagem, sem transporte de bandeiras ou pendões). E, no meio disto tudo, o povo impedido pela PSP de cruzar a Ponte velha, ainda a procissão ia na Rua Infantaria 15. E depois, os fiéis impedidos de seguir atrás da procissão, quando a  mesma entra na Ponte velha, forçados a ficarem na outra margem, não são seguramente os melhores cartões de visita de uma procissão religiosa.
Porque não se deixa o povo, na sua maioria idosos, ir para cima da ponte, criando um corredor no topo sul, com escuteiros e voluntários, de forma a que as crianças, passem lancem as pétalas e sigam para o lado da Alameda 1 de Março?
O povo continua a ir em força, assistir a uma singela procissão, baseada numa lenda e em honra da Santa, que dá nome a uma Feira que lentamente, por falta de inovação, vai morrendo. Com tantos entraves e o povo  a ter que ficar tão longe, é de questionar: Será que vale a pena ir a Tomar?
Que de uma vez por todas, se insira nos princípios constitucionais de separação de poderes e laicidade do Estado, que a Constituição consagra,  que o transporte de bandeiras ou pendões religiosos não compete aos eleitos do executivo, da Assembleia Municipal ou das freguesias, mas unicamente às 16 paróquias do concelho, podendo os eleitos incorporar  a mesma no lugar que protocolarmente a lei e os princípios consagram.
Nunca mais aprendemos!
Fechar ao povo a livre circulação  de pessoas numa ponte, porque vem lá a procissão de Santa Iria, 45 minutos antes da mesma chegar, não por favor! É ilegal e de muito má educação.
Deixem os “velhinhos” ver a sua festa, que a procissão não é uma manifestação que justifique grades. Apenas bom senso e boa organização.

Texto editado por António Rebelo









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