sábado, 15 de outubro de 2016

O novo ou o costume?

Que me lembre, nunca a escolha partidária do cabeça de lista foi tão decisiva e difícil como desta vez, no PSD tomarense. De um lado a tradição, o costume, a mentalidade dominante, a ideia errada segundo a qual ainda é do domínio do possível viver à custa do orçamento de Estado e progredir. A situação que temos neste momento, com os resultados que são do conhecimento geral.
Dívida camarária de 26 milhões, debandada da população jovem, empresas que fecham, investimento privado que não vem, desemprego. E a água das torneira das mais caras do país. Porque a caridade autárquica tem de ser financiada. Não há passeios-comezaina grátis para todos. Para que alguns possam continuar a encher a pança à borla,  alguém tem de pagar.
Do outro lado, o entendimento de que a fase da predominância do Estado e das empresas públicas, das ajudas e dos subsídios vários, foi chão que já deu uvas, urgindo agora criar condições para atrair o investimento privado, via indispensável para criar empregos produtivos e crescer economicamente.
De um lado, o passado de má memória e o presente cinzento. O conformismo, o deixa andar e a falta de ambição. Do outro, a humildade para reconhecer os erros e a coragem para os emendar. A ambição e os sonhos possíveis para Tomar nesta fase.

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De um lado Luís Boavida e o seu currículo impressionante, mas também a sua caridade, a sua passividade política até agora, o seu conformismo e a sua mentalidade de funcionário público de carreira. Do outro, Lourenço dos Santos, a sua agenda, as suas ideias arejadas, a sua coragem e a sua tenacidade.
De um lado, "...o meu percurso desde jovem nos diferentes movimentos associativos, demonstra bem o meu apego às pessoas e às causas que essas organizações perseguem. Tenho muito orgulho nisso e considero-o mesmo um dos meus pontos fortes... ...Quanto a ideias e projectos para o concelho, no momento próprio... ...terei oportunidade de passar em revista o que pode e deve ser feito para levarmos todos o concelho para a frente." (Luis Boavida, entrevista ao Templário, 13/10/2016)
Do outro lado, "Tomar tem pessoas espalhadas por Portugal que são detentoras de competências úteis à implementação de um projecto que volte a colocar Tomar no lugar que já teve no passado. Tomar é detentora de activos específicos totalmente desaproveitados. Por isso, entendo que é importante desenvolver um projecto com essas competências e recursos... O caso de Tomar preocupa-me, pois em 180 concelhos do país ocupa a 171ª posição no índice de envelhecimento. ...Por este andar, se nada for feito de radical. concelhos como o de Tomar têm tendência à extinção. ...Há que criar emprego, para atrair população mais nova. Sem criar empresas e emprego não se consegue... O actual modelo económico europeu não serve." (Lourenço dos Santos, entrevista ao Cidade de Tomar, 13/10/2016)
Querem mais claro? De um lado, o costume: subsídios, ajudas, participações, organizações várias que vivem à custa, mais funcionários, tudo do Estado, directa ou indirectamente. Do outro lado, empresas privadas, emprego jovem, desenvolvimento, outro modelo económico, que o actual não serve.
Qual o melhor? Depende daquilo que se pretenda. Decadência, definhamento, desemprego, aumento dos impostos locais, êxodo da população jovem, ruína geral a médio-longo prazo? A Grécia como modelo? Tudo sem sobressaltos de maior, num aparente mar de rosas, porque a culpa é sempre dos outros? Nesse caso, Boavida é preferível, pois é esse afinal o seu modelo, implícito nas declarações antes citadas. O modelo da geringonça mais a crença em milagres.
Gosto pelo risco, mudança ágil e constante, prevalência do privado sobre o público e da actividade produtiva, em detrimento da burocracia estatal/municipal? Um grande projecto colectivo para Tomar? A Europa do norte como modelo? Então o melhor será votar Lourenço dos Santos, abrindo assim caminho a um futuro mais risonho para todos.
Fundamental é que ninguém se iluda na sua escolha e no que ela inevitavelmente implica. Seria um erro grave adoptar a postura dos alcoólicos já sem remissão, convencidos de que podem continuar a beber, porque vão conseguir parar quando quiserem... 
O tempo nunca regride e a marcha rumo ao futuro é implacável. Ai dos que ficam para trás!

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