TRIBUNA DO PSD TOMAR - António Pedro Costa
DESAFIOS E OPORTUNIDADES
NA PROTEÇÃO CIVIL
No passado dia 22 de março de 2024, tive o privilégio de moderar uma conferência sobre
proteção civil, promovida pela Comissão Política do PSD de Tomar. Este importante
encontro visou não apenas discutir os desafios enfrentados pela proteção civil, a nível
nacional, mas também propor soluções concretas para tornar as nossas comunidades
mais resilientes e preparadas para eventuais crises. A conferência contou com a presença
de dois oradores distintos, cada um trazendo a sua experiência e visão sobre o tema em
questão.
Uma das palestrantes, Dra. Cláudia Duarte, destacou o exemplo de implementação de
Unidades Locais de Proteção Civil (ULPC) em freguesias do Norte do concelho de Leiria.
Esta implementação impulsionada por um projeto social que facilitou a criação dessas
unidades foi inspiradora. A existência de ULPC não apenas promove a consciencialização
dos riscos e a preparação para reagir face a ocorrências em nível comunitário, mas
também abrem portas para o voluntariado local. Esta é uma abordagem louvável e que
merece ser replicada. O PSD de Tomar estará sempre na linha da frente para replicar e
adotar boas práticas como a apresentada, no que toca a práticas de prevenção e
intervenção face à proteção das populações e seus bens.
A reflexão sobre este assunto leva a reconhecer que as ULPC representam não apenas
uma estratégia de resposta a situações de catástrofe (porque constituída por quem
conhece bem as suas localidades e pessoas que as constituem), mas também uma
oportunidade para fortalecer os laços comunitários e incentivar o espírito de
solidariedade e cooperação entre os cidadãos. A sensibilização e identificação dos riscos
não apenas capacitam os indivíduos a agir em momentos de catástrofe ou acidente
grave, mas também promovem a prevenção e preparação que é essencial para enfrentar
os desafios futuros e fomentam uma cultura de segurança.
No entanto, é muito importante ressaltar que as ULPC devem ser vistas como entidades
de apoio e sensibilização e não como forças operacionais. O seu papel fundamental é
fornecer informação, suporte logístico e assistência caso exista alguma ocorrência.
O segundo orador, Dr. José Manuel Moura, trouxe uma perspetiva abrangente sobre o
sistema nacional de proteção civil. A sua análise detalhada sobre a implementação dos
novos comandos sub-regionais levantou preocupações legítimas sobre a possível
sobreposição de autoridade entre diferentes agências de proteção civil. A distribuição
geográfica dos comandos sub-regionais poderá criar desafios de coordenação e
comunicação, especialmente com entidades como a PSP e a GNR, que operam numa
estrutura diferente.
Por outro lado, o Dr. José Manuel Moura, trouxe à tona questões prementes sobre o
sistema nacional de proteção civil, com um foco particular na situação dos bombeiros
em Portugal. A sua análise franca sobre as limitações das Equipas de Intervenção
Permanente (EIP) como forma de assegurar um socorro completo e seguro,
especialmente fora do horário de expediente, foi um alerta necessário. Este aspeto,
particularmente relevante para os concelhos vizinhos, onde operam corpos de bombeiros
voluntários, exige uma reflexão aprofundada.
Ou seja, é importante repensar o sistema de socorro, garantindo que esteja disponível
24 horas. Além disso, é crucial valorizar e apoiar o voluntariado nos corpos de bombeiros,
reconhecendo sua importância como uma força vital na proteção e segurança das
comunidades locais.
Há uma crise atual no voluntariado, conforme destacado pelo Dr. José Manuel Moura,
que não pode ser subestimada. A evolução sociológica na sociedade portuguesa trouxe
desafios significativos, afetando diretamente a dinâmica dos corpos de bombeiros. Nesse
sentido, é imperativo reconhecer que o voluntariado não é apenas uma tradição, mas
uma parte essencial da identidade dos bombeiros. Portanto, é crucial oferecer incentivos
tangíveis para atrair e reter voluntários, além de considerar o voluntariado como uma
das portas de entrada para o profissionalismo.
Ao refletir sobre estas questões, e olhando para a estrutura mista dos bombeiros de
Tomar, o voluntariado deve continuar a ser uma referência, e acarinhado, para cumprir
a sua missão. Embora as circunstâncias possam ter mudado ao longo dos anos, é
importante reconhecer o valor e a experiência de muitos voluntários que têm sido pilares
fundamentais ao longo da história centenária do Corpo de Bombeiros de Tomar.
Concluo estas reflexões reconhecendo os desafios complexos que enfrentamos no
domínio da proteção civil. É crucial que o novo governo, agora em posse, adote uma
abordagem equilibrada que valorize tanto os profissionais como os voluntários. A gestão
dos recursos disponíveis deve ser feita de forma prudente, sem comprometer a qualidade
dos serviços prestados. A proteção civil é uma responsabilidade compartilhada que exige
o compromisso de todos os cidadãos, e é através da colaboração e cooperação que
construiremos comunidades mais seguras e resilientes.
Vogal do PSD Tomar
A Proteção Civil, é um organismo redundante , e inútil mas que serve para criar emprego para os boys e girls.
ResponderEliminarPara além da burocracia que criou, e da sobreposição ao comando efetivo dos bombeiros, com elementos totalmente incompetentes, vide por exemplo a anterior presidente da CMT que era a "lider" da proteção civil no concelho de Tomar, provoca descoordenação na resposta aos acidentes e desmotivação dos próprios bombeiros que são quem efetivamente tem formação e conhece o terreno.
País rico o nosso !!!
É normal que tanto PS como PSD acarinhem este serviço que tanto tem dado a ganhar aos seus...