quinta-feira, 25 de abril de 2024



TRIBUNA DO PSD - Tiago Carrão

GOVERNAÇÃO SOCIALISTA 
EM FIM DE CICLO


Pelo 2º ano consecutivo, a governação municipal socialista viu a sua Prestação de Contas ser reprovada em Assembleia Municipal, circunstância que, só por si, deveria levar a arrepiar caminho e a refletir sobre as opções erradas e a fraca execução. Mas, se dúvidas houvesse, basta analisar o documento para perceber que a governação socialista está em fim de ciclo – esgotada,  com poucas ideias e sem capacidade de as executar.
Tendo como ponto de partida um Orçamento e Grandes Opções do Plano que não serviam os interesses de Tomar e dos tomarenses, chegámos a uma Prestação de Contas que deixa à vista de todos o fracasso dos objetivos propostos e, diria até, ao descalabro em alguns dos setores analisados neste documento. Vejamos:

 Em 2 anos, a Câmara Municipal gastou mais de 4 milhões de euros do que recebeu
As contas de 2023 reforçam a tendência preocupante de uma gestão deficitária que não pode
ser ignorada. Em 2022, as despesas foram superiores às receitas em 2.223.000€ e em 2023
gastou-se mais 1 milhão e 845 mil euros do que se arrecadou em receitas.

 As receitas não cumprem a Lei
A taxa de execução das receitas municipais ficou abaixo dos 85% pelo 2º ano consecutivo. Diz
o Artigo 56º da Lei nº 73/2013 que, nestas condições, serão informados os membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e das autarquias – um desprestígio para
Tomar ver o Município sujeito a esta comunicação.

 As despesas aumentaram 13,8% face ao ano anterior
A governação socialista gastou em 2023 quase mais 5 milhões de euros do que tinha gasto no
ano anterior. Um despesismo crescente sem qualquer consequência na melhoria assinalável
dos serviços públicos ou da qualidade de vida dos tomarenses.

 Confirma-se o Orçamento fictício
Mais uma vez, a governação socialista decidiu primeiro quanto queria gastar e depois foi
“procurar” as receitas para fazerem face às despesas, em vez de fazer contas a quanto tinha
para gastar. O resultado foi um orçamento da receita empolado o que agora se veio a confirmar
na Prestação de Contas: nas receitas correntes, a rubrica “Outras Receitas”, orçamentada em
4,456 milhões de euros teve uma execução de apenas 311 mil euros; a rubrica “Vendas de
Bens e Serviços”, com 4,236 milhões de euros em orçamento teve apenas 1,542 milhões de
euros executados.

 A Economia Local continua o parente pobre da governação socialista
Continuam a colocar-se os ovos todos no cesto do Turismo, setor obviamente importante, mas
insuficiente, que absorveu 82% do valor alocado ao Desenvolvimento Económico, enquanto a
Economia Local teve direito a apenas 18%. Se dúvidas houvesse, estes números deixam bem
claro que, para a governação municipal socialista, não contam setores como a Indústria,
Agricultura, Floresta e as Tecnologias da Informação.

 A Despesa com Pessoal aumentou 800 mil€
A Despesa com Pessoal atingiu os 13 milhões e 200 mil euros (representa cerca de 50% das
despesas correntes), o valor mais elevado de sempre, e que condiciona fortemente o futuro da
gestão municipal.

 O Prazo Médio de Pagamentos aumentou para 86 dias
Em 2023 inverteu-se a tendência decrescente do Prazo Médio de Pagamentos que está ainda
em quase 3 meses, um dos maiores da região e que penaliza especialmente as pequenas e
médias empresas do concelho que esperam para receber, com as consequências de tesouraria
que esta demora acarreta.

 Dívidas a Fornecedores correntes aumentaram 30%
As dívidas a Fornecedores de conta corrente passaram de 4 milhões e 247 mil euros (2022)
para 5 milhões e 558 mil euros (2023). Um valor assinalável e que, conjugado com o Prazo
Médio de Pagamento, são motivo de preocupação para a relação com fornecedores do
Município.

 Quase 90% de Ajustes Diretos
A Câmara Municipal de Tomar contrasta com a média nacional dos contratos públicos por
ajuste direto (47%) e efetuou em 2023 89,17% dos contratos por ajuste direto, ou seja,
contratou quem quis sem consultar o mercado e outras propostas. É um valor excessivo que vai
contra as boas práticas e até coloca em causa princípios de concorrência e de transparência.

 8 Milhões de Euros de Investimento que ficou por fazer
Aquando do Orçamento, a governação socialista anunciou um conjunto de obras e projetos e,
ao analisar agora a sua não execução, torna-se evidente a total incapacidade dos socialistas
em cumprir os compromissos assumidos. Temos como exemplo os separativos no saneamento
no centro histórico da cidade, a requalificação da Escola EB 2+3 Gualdim Pais, a reabilitação
do Jardim de Infância Raul Lopes com a valência de creche, o novo skate parque, a
requalificação na Choromela e Casal dos Frades, ou os arranjos exteriores no Flecheiro.
Destes investimentos prometidos para 2023, quantos foram executados e concluídos? Nenhum!
Não deixa de ser curioso que, passados 10 anos de governação, os socialistas tenham finalmente percebido que o financiamento bancário que tanto diabolizaram ao longo dos últimos anos é, afinal, uma ferramenta importante para alavancar o investimento no território. Ou será que este empréstimo de 3 milhões de euros surge agora porque as eleições autárquicas do próximo ano já estão à vista?
A governação socialista, cada vez mais preocupada com a sua imagem e fins eleitorais em vez das necessidades reais dos tomarenses, evidencia todos os sinais de estar em fim de ciclo: esgotada, sem rumo nem ânimo. Tomar merece melhor! Tomar precisa de uma liderança que não seja apenas de anúncios e promessas, mas que tenha uma estratégia e seja capaz de a executar e de construir o futuro que todos ambicionamos para o nosso concelho.

Tiago Carrão
Presidente do PSD de Tomar
Vereador na Câmara Municipal de Tomar

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