Imagem desactualizada, do tempo em que ainda corria água nos Pegões, que enchia os tanques da Mata, copiada do Facebook sem indicação de autor.
Protecção do património
Nem tudo o que vem à rede é peixe...
https://tomarnarede.pt/cultura/tomar-na-rede-denuncia-destruicao-de-patrimonio-camara-marca-visita-guiada/
Nem tudo o que vem à rede é peixe, e nem todo o peixe é bom para tudo. Dois temas do património local figuram nesta altura na agenda noticiosa: a Mata do sete montes e o alegado forno romano do Flecheiro. Em ambos os casos está em causa o seu estado de conservação, com o executivo camarário manifestamente confuso, e a dar mais um exemplo daquela situação denunciada pelo ex-vereador PS e actual provedor António Alexandre: "Os tomarenses não aprendem."
Quanto ao apregoado forno romano, em vez de, imediatamente a seguir ao achado, a Câmara ter providenciado a sua protecção, mediante uma adequada cobertura provisória, para depois proceder a uma melhor classificação das ruinas, errou-se mais uma vez. Está a repetir-se a lamentável experiência do pretenso fórum romano.
Deixou-se aquilo ao abandono, tal como apareceu, e perante os raros protestos, ao invés de se proceder com dignidade, procura-se "tapar os olhos" dos raros cidadãos que se interessam pelo assunto. Nada de cobertura provisória, ou de estudos complementares do alegado forno, por arqueólogos vindos de outras universidades, vai haver uma visita guiada ao local, pelo mesmo especialista que acompanha a obra. Útil sem dúvida, mas na realidade é chover no molhado. Se há ou não problemas de datação e de identificação, só o saberemos depois. Demasiado tarde, como no caso do alegado fórum de Sellium, um triste equívoco.
Com a tragédia ecológica da Mata dos sete montes está a acontecer algo semelhante. Sucessivamente alertada ao longo dos anos sobre a alteração do ecossistema da velha Cerca conventual, provocado pelo corte da água dos Pegões, a autarquia foi fazendo ouvidos de mercador até que, pressionada pela exposição dos tabuleiros, reclamou junto da entidade estatal gestora da Cerca. Apareceu então a providencial argumentação do "fungo do buxo", que depois nunca conseguiram identificar e muito menos debelar.
Agora que o jardim da antiga Horta dos frades está a pedir reforma total, o presidente Cristóvão foi repetindo que não é nada com a câmara, mas ao mesmo tempo solicitando providências ao ICNF, que formalmente toma conta da Mata, através do pessoal do PNSAC, com sede em Torres Vedras. Perante o evidente desastre, aquele instituto governamental sugeriu à autarquia um convénio de cogestão da Mata, que a maioria socialista estava pronta a aceitar, até se dar conta das condições leoninas: o ICNF pretende continuar a participar na gestão até agora desastrosa da Mata, mas desde que a Câmara assuma todas as despesas. Impõe-se a pergunta: Se o Município tem de pagar tudo, o que impede que se transfira também a propriedade da antiga Cerca conventual? O governo pretende manter a Câmara sob tutela de facto?
Perante tal situação, os socialistas locais têm muitas dúvidas. Esperavam mais verbas e estão afinal a oferecer-lhes mais hipóteses de despesas consideráveis. o ICNF até fala na eventualidade de entradas pagas. (ver link Rádio Hertz)
Vendo a maioria algo baralhada, os vereadores PSD foram logo dizendo que apoiam a decisão do PS na questão da Mata, mesmo sem cuidar de antes ponderar adequadamente o assunto. Como diz o outro "Os tomarenses não aprendem." No mínimo, vêm revelando muitas dificuldades de aprendizagem e de adaptação à nova realidade nacional e europeia.
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