A Praça do Município, ou de D. Manuel I, mais tarde da República, com árvores e ainda sem o Gualdim com o foral, mas de costas viradas para a Câmara. Deverá ser uma das tarefas da próxima maioria autárquica: mudar finalmente o Gualdim para o lugar que desde 1960 lhe está destinado, lá em cima na Cerrada dos Cães, à entrada do castelo que fundou, sob a forma de um círculo relvado. Nunca tinnha reparado, pois não?
Autarquia
Políticas de cacaracá
Políticas de cacaracá, de pouco valor, insignificantes, de caca, para usar o vernáculo. Uma maioria PS já exausta e sem ideias fecundas, fortemente fustigada pela fraca oposição, a 18 meses das próximas eleições, viu-se forçada a recorrer aos estrategas do partido, a quem colocou a célebre dúvida de Lenine: "Que fazer?"
A resposta foi rápida e pronta a usar: recorram ao "gancho" do costume. Encontrem algo a fazer que "engate" a oposição, forçando-a a votar a favor, assim conseguindo a unanimidade que vem desmentir, aos olhos da opinião pública local, as sucessivas picardias laranja, que tão incómodas e nefastas têm sido para a imagem concelhia.
Até a informação local caiu no logro, ao publicar um link que engana involuntariamente o eleitorado. Em boa verdade "A Câmara [não] foi unânime na necessidade de contratar empréstimo de três milhões para intervir nas vias mais degradadas do concelho." É uma unanimidade de circunstância. O PSD foi forçado, pelo ardil do PS, a votar a favor de um empréstimo que podia ser evitado, se houvesse melhor gestão dos dinheiros de todos nós, por parte de uma maioria esbanjadora.
Votar contra um empréstimo apresentado como indispensável, destinado a financiar obas de manutenção de vias públicas, nomeadamente nas freguesias lideradas pelo PSD, entre as quais a martirizada S. Pedro, seria para os laranjas um suicídio político, no actual contexto local.
Esta unanimidade praticamente imposta pelos socialistas põe a nu a triste realidade concelhia: Nem o PS, nem o PSD, nem a extrema esquerda, têm nesta altura qualquer programa, ou quaisquer ideias para salvar o concelho do pântano em que se está afundando a pouco e pouco. Nada! Só golpes.
O aparelho de propaganda bem pago pela ex-presidente, difundiu recentemente, como aqui foi publicado, a ideia de que a senhora deixou serviço bem feito, designadamente na área do turismo, causando a inveja das principais cidades vizinhas. É rotundamente falso. As principais cidades vizinhas, com a notável excepção de Ourém por causa de Fátima, não têm vocação para o turismo, por carecerem de atracções-âncora. Os turistas vão a Torres Novas ou Santarém, por exemplo, para visitar o quê?
No que concerne a Tomar, Anabela Freitas anda toda entusiasmada porque deixou meia dúzia de novos estabelecimentos hoteleiros. Esquece ou ignora alguns detalhes que reduzem substancialmente a qualidade e importância da sua prestação política.
Em primeiro lugar, de todos os novos hotéis, só o Vila Galé é investimento "de fora". Todos os outros são de tomarenses, ou radicados em Tomar. E mesmo o Vila Galé limitou-se a aproveitar uma autêntica pechincha, ao comprar por 700 mil euros umas ruínas antes avaliadas em três milhões de euros. Foi um tal brinde aos pobres, que até a própria senhora veio a aproveitar. O mandatário da lista PSD onde acabou por ser inserida à última hora, foi Jorge Rebelo de Almeida, o dono do Vila Galé. Há cada coincidência!
Um outro detalhe geralmente omitido é que, de todos os novos estabelecimentos hoteleiros, só o Vila Galé dispõe de 15 lugares de estacionamento coberto, para os clientes dos seus 100 quartos. Os outros, nem isso. Os clientes que estacionem na via pública, ou nos dois parques pagos existentes. Conseguirão singrar, na concorrência com a Estalagem e sobretudo com o Hotel dos Templários, o único com um amplo parque para ligeiros e autocarros? O tempo o dirá, quando tiver amainado o vento da gabarolice parola.
Voltando ao "gancho" inicial, o PS local é fraquito, mas dispõe de recursos a nível nacional, aos quais recorre quando se vê mais aflito. Não é decerto por mero acaso que uma simpática conterrânea, fotografada ao lado do Pedro Nuno Santos, em plena campanha eleitoral, escreveu há poucos dias candidamente no Facebook que "a limpeza urbana está muito mal, desde que deixou de ser competência da Câmara."
Como é que disse?! A limpeza urbana e concelhia, tal como a água e os esgotos, continuam a ser competência da Câmara, que se limitou a transferir esses serviços para empresas intermunicipais, em geral muito aquém do desejável. Uma maneira ardilosa de intrujar o povo, que sustenta mais de 600 funcionários municipais, para ser cada vez mais mal servido.
Em conclusão, PS e PSD andam aflitos por falta de ideias, de programas e de quem os saiba fazer. E sobretudo por causa de um papão chamado Chega. O caso não é para menos, porque em 50 anos de liberdade, tudo indica que vamos ter em 2025 três forças partidárias, cada uma delas valendo à partida mais de 10% do eleitorado, o que acontece pela 2ª vez, após a malograda aventura IpT. Falta apurar ainda como e com quem vai aparecer o partido de Ventura, o papão do momento, geralmente apresentado como futuro ditador, por aqueles que em 1974-75...
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