terça-feira, 23 de abril de 2024








Excursionismo e turismo

Viajar para continuar 

a entender a época e o povo

Apenas regressado, fui numa excursão de turismo popular até Oleiros, com paragem em Vila de Rei para o pequeno almoço. Coisa sem pretensões nem novo-riquismos. Apenas almoçar um cabritinho estonado com arroz de miúdos e depois visitar um novo miradouro, da autoria de Siza Vieira. Correu tudo às mil maravilhas, que o pessoal já se conhecia de andanças anteriores, e nestas coisas o amigo Freitas é um verdadeiro artista. Sobretudo quando reconta aquela anedota do gato e da água quente, para aquecer os pés em determinada pensão. Hábitos antigos.
Apesar de ser um pequeno concelho de cinco mil almas, perdido algures no interior do país, Oleiros sabe receber e preparar-se para acolher com dignidade todos os visitantes, e não só os de turismo de nível, como se apregoou em tempos e em vão aqui por Tomar. Houve visita guiada gratuita, proporcionada pela Câmara local, notou-se limpeza nas ruas e esmero por todo o lado, e havia estacionamento com fartura, mesmo para autocarros, bem como instalações sanitárias abertas, limpas, com papel higiénico e limpa-mãos, apesar de não haver nenhum monumento património da humanidade, nem rio, nem Tabuleiros, nem a mania de cumprir a tradição.
Os quarenta e tantos visitantes corresponderam à evidente simpatia local e à arte de saber receber. Compraram queijos, bolos, enchidos, presuntos, mel, e por aí adiante. Muito mais rentáveis para o comércio local do que os milhares de visitantes do Convento de Cristo, que logo a seguir se põem a andar sem sequer visitarem a cidade, porque não têm onde estacionar.
O cabritinho estava uma delícia, houve repetições e quem escreve estas linhas fez um esforço considerável para resistir à aguardente de medronho, oferta da casa, tal como o aperitivo com vinho da região. Quem sabe sabe, e os oleirenses mostraram na prática que bem merecem umas visitas gastronómicas.
A fechar, a visita ao novo miradouro do Zebro, nos arredores e ainda por inaugurar,  desiludiu um bocadinho. A vista é soberba, mas o acesso pedonal terá de ser melhorado e o espaço para estacionamento alargado. A estrutura em betão, com o traço de Siza Vieira, parece que custou meio milhão de euros, mas não se nota muito. (ver imagem). A União Europeia paga tudo, desde que se tenha capacidade e o mamar doce.


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