quarta-feira, 3 de abril de 2024

 


Município de Tomar
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Forno romano do Flecheiro no seu contexto histórico
Salvaguarda do património romano em Tomar
Visita orientada ao Forno romano no próximo dia 18 de abril (Dia Internacional dos Monumentos e Sítios), às 15h00, pelo arqueólogo Carlos Batata, responsável científico pela escavação arqueológica da obra de requalificação do Flecheiro.
Concentração junto à Ponte do Flecheiro perto da entrada do estaleiro da obra.
Inscrições gratuitas até 16 abril (máx. 50 pessoas):
tel. 249 329 814 / museologia@cm-tomar.pt
(nome completo, data de nascimento, cartão CC para efeitos de seguro)

(Cópia da página do Município de Tomar no Facebook)

Património

Sobre a autenticação e determinação

do interesse dos achados arqueológicos


https://www.blogger.com/blog/post/edit/3096768341114302037/6186795418889585159

Tendo Tomar na rede noticiado o estado de abandono das recém descobertas ruínas alegadamente romanas, no Flecheiro,  julgou-se útil acrescentar que, antes de decidir proteger ou não o achado, e de que maneira, seria de toda a conveniência proceder  à autenticação do achado, mediante datação por carbono 14, ou similar,  e parecer de outros académicos conceituados, além do arqueólogo local, que identificou a descoberta.
Por uma vez, os reparos da informação local não caíram em saco roto. O recorte acima reproduzido mostra que a Câmara está a acompanhar o assunto. A visita guiada às ruínas, acompanhada pelo arqueólogo Carlos Batata, que antes as identificou e baptizou, é sem dúvida muito útil, desde que não tenha como principal objectivo a auto-promoção, impedindo a avaliação posterior por pares conceituados e a indispensável datação, sem margem para dúvidas.
Dito de forma ainda mais clara, convém evitar a repetição do processo do alegado Fórum romano, que quase meio século após as escavações, continua por avaliar capazmente em termos académicos e científicos, nunca tendo sido sequer  identificado e datado com rigor. Já se gastou quase um milhão de euros em projectos e obras, para agora ninguém saber bem o que fazer. Um museu? Com que peças? Vindas de onde? Quem assume a respectiva fundação?
Carlos Batata é um arqueólogo experiente, competente e conceituado. Infelizmente, foi discípulo da senhora arqueóloga inventora do fórum romano, cujos métodos nem sempre ortodoxos começam agora a ser mais conhecidos, e os mestres tendem sempre a deixar marcas indeléveis nos discípulos.
Prova disso é que o Dr. Batata elaborou, a pedido da Câmara, um relatório naturalmente bem pago, no qual conta que não conseguiu identificar no terreno os vestígios da ruínas ditas da Nabância, na zona de Cardais, classificadas como monumento nacional desde 1910. Porquê e para quê? Os nossos antepassados da época da implantação da República eram assim tão ignorantes, que até classificavam como monumento nacional ruinas sem qualquer importância? Ou foi o desleixo das sucessivas administrações municipais que praticamente consentiu o saque daquele património eventualmente romano?
Quaisquer que sejam as respostas, é fora de dúvidas que o arqueóloga Batata teria podido recomendar à Câmara a escavação por sectores da via romana a partir da Ponte da Ferrarias, na margem nascente do rio Nabão e decerto teria encontrado a dada altura as tais ruínas romanas, que escreveu não ter podido localizar.
Não duvido que a anunciada visita guiada ao achado do Flecheiro será um êxito, pois em teoria são muitos os amantes da arqueologia em Tomar. Oxalá não impeça as indispensáveis fases seguintes: 1 - Datação com carbono 14 ou similar; 2 - Avaliação por pares académicos isentos; 3 - Determinação do interesse do achado, como curiosidade histórica e seu eventual interesse turístico, 4 - Preservação do achado em conformidade com o seu interesse actual. Convém evitar a repetição da asneira ali ao lado do ex-estádio e do parque P2. Que interesse tem aquilo? Para quem? Quanto é que já custou? Quanto custa em manutenção periódica?


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