terça-feira, 9 de abril de 2024




"Filipa Fernandes, vereadora na Câmara de Tomar, eleita pelo PS, também quis intervir nesta troca de argumentos para acusar o PSD de insinuações: «Não podem chegar aqui e dizer tudo o que vos apetece, chamarem-nos de arrogantes, dizer que não temos uma política séria, que não somos sérios, e nós estarmos aqui calados. Seriedade faz-se com seriedade. Não podem dizer o que vos apetece, insinuar que nós devemos isto e aquilo e depois não querem ouvir as respeito. Política séria é o que se exige, seja ela de quem está no ativo, seja ela da oposição».

Copiado de:
https://radiohertz.pt/tomar-animos-exaltados-entre-ps-e-psd-na-reuniao-de-camara-a-proposito-de-presencas-em-iniciativas-de-associacoes-do-concelho/

Política local - Autarquia

A ditadora encapotada


Numa daquelas sessões "de faca e alguidar", também conhecidas por "peixeiradas",  lamentavelmente cada vez mais comuns no executivo municipal tomarense, a vice presidente Filipa Fernandes parece ter perdido as estribeiras, dizendo coisas pouco compatíveis com a sua condição de eleita maioritária, numa vereação plural. 
Segundo a referida senhora, que dizem ser muito simpática e uma joia de pessoa, o que não me custa nada a crer, os eleitos da oposição "Não podem chegar aqui e dizer tudo o que vos apetece. Chamarem-nos de arrogantes, dizer que não temos uma política séria, que não somos sérios..."  Sucede que a simpática senhora está enganada. A oposição pode e deve dizer tudo o que lhe apetece durante as reuniões de Câmara. Sem qualquer limite, além do bom senso. É mesmo para isso que foram eleitos.
Se tivessem ganho, teriam de fazer e mandar fazer. Tendo perdido, e sem pelouros atribuídos, a estrita obrigação de cada um é criticar, dizer o que lhe apetece, o que lhe vai na alma, devendo a maioria alvo das críticas, ouvir e calar, ou responder como lhes parecer melhor. Não devem é assumir um comportamento autoritário, ditatorial, como agora voltou a acontecer com a senhora vice presidente.
Houve depois, é certo, uma tentativa para reduzir a enormidade, mas com uma frase extemporânea "e nós estarmos aqui calados." Que se saiba, a oposição nunca exigiu tal coisa, que resulta pelo contrário de normas societais e da própria natureza do órgão. Como bem diz o povo, na sua rica linguagem chã, "Quando um burro fala, os outros baixam as orelhas para ouvir melhor."
De forma que, procurando ser imparcial, há duas hipóteses plausíveis para a infeliz intervenção da senhora: Hipótese A -Enervou-se e disse o que lhe veio à cabeça, sem cuidar de saber que no final prevalece sempre aquilo que as pessoas ouvem ou lêem, em detrimento do que se diz ou escreve. Hipótese B - Filipa Fernandes tem perfeita consciência daquilo que disse, pois essa era a sua intenção -passar a mensagem subliminar "quem manda aqui somos nós e não admitimos exageros da vossa parte, sob pena de retaliação, mesmo com elementos falsos." Ou seja, uma disfarçada ameaça para procurar intimidar e assim moderar a oposição, que se está tornando demasiado cáustica em relação aos dois mandatos anteriores.
Neste último caso, será a chamada política do quanto pior melhor, muito do agrado da nossa extrema esquerda, que tudo faz para ir semeando merda pelo caminho. Ainda nem sequer havia governo e já um dirigente partidário da extrema esquerda anunciava que iam apresentar no parlamento uma moção de rejeição. Vindo de um partido com 4 deputados, num parlamento de 230, qual é a ideia subjacente?

1 comentário:

  1. Dizem-me que há incoerência entre a implícita condenação das peixeiradas e o incitamento às intervenções agressivas do PSD. Olhem que não. É só aparência. Nos países de democracia mais antiga, quase nunca há peixeiradas porque a oposição pode ser agreste, mas o governo responde sempre cordatamente, sem ameaças nem vociferações. Foram habituados assim, desde a infância. Não são democratas de aviário. A falta que faz uma boa educação e formação académica.

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