sexta-feira, 5 de abril de 2024

 



Autarquia e informação

Um certo tipo de jornalismo


"Tomar tem um novo presidente de câmara, Hugo Cristóvão, que não é de desprezar em termos futuros e, a menos de dois anos de eleições, também por conhecer os cantos à casa, mas Anabela Freitas deixou trabalho feito e a cidade num mimo com uma economia em crescendo, nomeadamente ao nível do turismo, sendo um exemplo para as principais cidades da região. O PSD perdeu a câmara para Anabela Freitas já lá vai uma eternidade e dificilmente a ganhará nos próximos tempos se a oposição não tiver inteligência e génio para trabalhar como fez o PS e os seus dirigentes quando estavam na oposição. Carlos Carrão começa a ser lembrado de outros tempos, embora tenha sido o candidato laranja que perdeu a câmara para o PS. As razões são conhecidas: o seu filho Tiago Carrão é o líder da oposição aos socialistas. As razões para se falar dele são claras. Se Tiago Carrão, com a sua combatividade e força política, tivesse a humildade e a simpatia do seu pai seria o político perfeito para voltar a haver alternância política em Tomar. Infelizmente ninguém pode ter tudo a não ser que a humildade e o bom senso ainda se comece a vender na farmácia e Tiago Carrão saiba disso e queira comprar porque ainda há pessoas que acham que fazer política é rachar lenha."

O texto supra, copiado de O MIRANTE online, em 04/04/2024, pode ser lido aqui, por quem queira conferir:


Trata-se de um certo tipo de jornalismo, chamado "de encomenda", neste caso demasiado óbvio e com requintes de maquiavelismo. Louvando até à náusea Anabela Freitas, mas não tanto o seu sucessor, procura desacreditar Tiago Carrão, o putativo candidato PSD em 2025, comparando-o com o pai,  tudo isto sob o cabeçalho "Cavaleiro Andante - Caricatura e ironia".  Assim, se houver percalço e a notícia, demasiado explícita e excessivamente laudatória provocar demasiados vómitos na região, JAE sempre poderá alegar que é apenas sarcasmo, mas as pessoas não entenderam, ou perceberam mal.
Acusar Tiago Carrão de falta de humildade e de bom senso, ou de confundir política com rachar lenha, só porque teve a coragem de começar a fazer oposição, é do domínio da fantasia oportuna. No fundo, o que o PS pretende com este texto visivelmente "encomendado", é condicionar Carrão, de forma a conseguir o retorno à situação dos dois mandatos anteriores. Quando o  PSD foi afinal PSDLB = PSD lambe botas. Compreende-se a manobra tosca, tendo em vista 2025, mas só cai quem quer. Até porque em 2025 vai haver mais candidatos, e pelo andar da carruagem, o PS até pode vir a ser o 3º partido, depois do PSD e do Chega. É só esperar para ver.
Este tipo de jornalismo às ordens custa caro, faltando saber se compensa, mas como geralmente o dinheiro sai dos cofres públicos, ninguém se preocupa com isso. O pior é que neste caso a informação tomarense não fica nada bem na fotografia. Encomendar um pastelão promocional destes a um periódico com sede em Santarém, directamente ou via ajuste com agência de comunicação, mostra que não há em Tomar jornalistas capazes de produzir coisas assim. O que se por um lado só honra os profissionais locais, por outro desagrada sobremaneira aos senhores autarcas PS, conhecidos defensores da liberdade de informação, desde que lhes seja favorável. E a informação local está muito doente, a precisar de assistência médica camarária com urgência, sob a forma de injecções de capital e comprimidos de publicidade.


2 comentários:

  1. Escrever sobre o actual presidente que tem de se contar com ele e que conhece os cantos à casa, como se lê na prosa do Mirante, pode ser uma maneira subtil de mostrar aos socialistas que é melhor procurarem outro cabeça de lista para 2025, se quiserem mesmo vencer.

    ResponderEliminar
  2. Já lá vai um tempo que eu comentei aqui, que o Mirante fás jornalismo por encomenda, se alguêm tinha duvidas ai está, e mais, ou compras uns anunciositos, mais caros que qualquer outro jornal nacional, ou começas a levar com o cavaleiro andante, como diz o outro, andantes somos nós.

    ResponderEliminar