quinta-feira, 15 de junho de 2023

Estruturas de acolhimento turístico, ou ornamentação?

É assim mesmo!

TOMAR – Câmara compra tabuleiro de grandes dimensões por cerca de 100 mil euros. Escultura ficará na praceta Alves Redol (c/vídeo) | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

Avança a Rádio Hertz (ver link supra) que a Câmara, leia-se maioria socialista, acaba de contratar a elaboração e instalação de um tabuleiro grande, na Praceta Alves Redol. Custo da brincadeira ornamental: 83 mil euros mais IVA. Não é caro, dependendo do tamanho. E lá vão as airosas portadoras de tabuleiros, em chapa de ferro com ferrugem, para outro local mais adequado. Eventualmente a arrecadação da FAI.
É assim mesmo! Importa é ornamentar a cidade, quanto mais melhor. Neste caso satisfazendo uma petição popular. O povo é quem mais ordena! Quando reivindicarem, por exemplo, cerveja à borla para todos, haverá cerveja gratuita à vontade, paga pelos contribuintes. Incluindo pelos que não bebem. Não sejam parvos! No aproveitar é que vai o ganho.
Parque de campismo? Parques de estacionamento? Ligação não poluente Centro histórico-Convento? Instalações sanitárias? Postos de informação? Sinalização turística adequada? Isso agora não interessa nada, como diria a Teresa Guilherme. São coisas que só dão aborrecimentos e que, apesar da sua evidente utilidade e urgência, podem esperar mais uns tempos. É certo que algumas poderiam até facultar receitas importantes, tal como acontece com a Festa dos tabuleiros, mas para quê? A Câmara não precisa. Os fundos europeus chegam e sobram para tanta falta de planos, de abertura de espírito e de ambição. É conhecido o provérbio "Quem pouco sabe, depressa o canta."
Entretanto, aguardemos para ver se Tomar terá a honra de vir a presidir à Entidade Regional de Turismo do Centro. Se tal vier a acontecer, teremos a prova de que os 170 eleitores qualificados daquele organismo, são afinal do mesmo elevado nível político dos eleitores tomarenses em geral. Votam em quem lhes aparece, sem cuidar de saber se tem ou não arcaboiço, planos e uma ideia geral, um fio condutor, para a função a que se candidata. No fim de contas, somos todos portugueses, embora alguns tenham mais orgulho nisso do que outros. Maneiras de ver. Modos de vida.

ADENDA

Consta que, de passagem por Tomar, o presidente das Caldas da Rainha, um independente, ficou encantado com a ideia do tabuleiro gigante na Praceta Alves Redol. Dada a evidente forma fálica do tabuleiro, numa altura em que tanto se fala do monumento fálico do Parque Eduardo VII, o autarca caldense prometeu encarar a hipótese de replicar a ideia tomarense, pondo o emblema das Caldas a ornamentar uma das praças daquela simpática cidade. Está a pensar numa coisa em loiça, com cinco metros de altura e bolsas em proporção. É outra loiça! Se a ideia for avante, Bordalo Pinheiro vai decerto aplaudir, lá onde está. E os tomarenses poderão reivindicar direitos de autor. Caso para dizer que foi uma ideia do... careca com a cabeça rachada.

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