Desenvolvimento económico
Os tabuleiros como concentrado das contradições tomarenses - 1
Ponto prévio. Esta maioria dita socialista que temos tido, conseguiu algo extraordinário na política. Em vez de resolver os problemas tomarenses, pois para isso foi eleita, complicou-os ainda mais, como é exemplo o caso Flecheiro. Era uma só chaga social, passaram a ser várias, e com maior custo para os contribuintes forçados. Mas a narrativa do poder insiste em asseverar que está tudo bem.
Apesar de tanta asneira, que seria ocioso expor aqui e agora, estes camaristas, seguindo o exemplo dos seus camaradas governamentais, têm conseguido a proeza de impor o seu discurso, a sua narrativa. Segundo a qual, qualquer divergência é apenas "má língua". E criticar é "dizer mal", mesmo e sobretudo quando bem escrito, porque aleija mais os instalados.
Quem tem mundo e/ou leu bastante, sabe que nos países de democracia ocidental, excepto nos periféricos (e nós estamos na periferia da periferia da UE), a crítica é livre e bem acolhida, sendo as divergência normais e resolvidas pelo diálogo. Por conseguinte, todas as narrativas são de igual valia, até prova em contrário, pelo que seria uma aberração essa balela nabantina da má língua ou do dizer mal, como argumento para continuar na mesma, a exacta situação actual nas margens do Nabão.
Tudo isto para dizer que a crónica seguinte pode ser bastante agreste para quem detesta a crítica honesta e fundamentada, mas não deixa por isso de ter a mesma importância e o mesmo valor da triunfalista narrativa do poder, que nos vai enterrando cada vez mais como comunidade humana de progresso. Os resultados conhecidos aí estão para o provar.
E vamos finalmente ao anunciado concentrado de contradições tomarenses. A coisa começa logo na própria designação oficial "Festa dos tabuleiros". Não é festa nenhuma, mas uma amálgama de elementos díspares, que tem variado consoante as épocas. Mais uma romaria, um cortejo de oferendas, com anexos para entreter os naturais e os visitantes.
Para entreter como simples curiosos, pois na maioria dos casos não há nada para ver/ouvir, para assistir, como na ópera, no ballet...ou mesmo no futebol. Os tabuleiros são apenas uma procissão de índole religiosa, sem qualquer detalhe coreográfico, excepto talvez o "levantar dos cestos" na Praça da República.
Nini Ferreira disse-o muito melhor que eu, mas não foi ouvido plenamente: "Os visitantes gostam muito da festa, mas os tomarenses vêem-na com outros olhos." E Carlos Trincão vai no mesmo sentido, embora o não diga explicitamente. Nem mais, nem menos. Para o bem e para o mal.
Tal como venho dizendo, a festa dos tabuleiros para a maioria dos Tomarenses não passa de um desfile de vaidades de alguns, sendo o município o maior exemplo da vaidade e do desperdício( banquete de 20 mil euros oferecido aos convidados no dia do cortejo).
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