sábado, 3 de junho de 2023

 

Desenvolvimento económico

 Os tabuleiros como concentrado das contradições tomarenses -3

Do anteriormente exposto, resulta que a Festa dos tabuleiros não é de forma alguma aquilo que dela se diz a nível local. Por um lado, está por demonstrar que cumpra capazmente qualquer tradição. Por outro lado,  que seja um bom meio de promoção de Tomar, ao contrário do apregoado. Do lado da tradição, trata-se de qual? Do modelo João Simões de 1950? Não tinha jogos populares, nem cortejo dos rapazes, nem ruas populares ornamentadas, nem concertos gratuitos, nem banquete para os convidados, no salão nobre dos Paços do concelho, a nossa casa comum. Com o acréscimo de custos que tudo isso representa.
Quanto à promoção de Tomar, da mesma forma que um restaurante com pouca higiene e cuja ementa deixa muito a desejar, não deve oferecer refeições gratuitas como forma de angariar clientes, Tomar perde admiradores quando a multidão atraída pela festa gratuita constata que não há estacionamento capaz, nem WCs públicos, nem sinalização suficiente, nem informação à altura, e esses visitantes desiludidos fazem depois promoção negativa. É inevitável.
De resto, propala-se muito uma afluência extraordinária à Festa grande, mas os raros números disponíveis mostram que não é bem assim. Os bilhetes de entrada no Convento de Cristo, por exemplo, são um  meio fiável para conhecer o total de visitantes, e consultando os totais já publicados pela DGPC, concluí-se que, no ano da festa, há um acréscimo modesto de  visitantes, da ordem dos 25-30 mil, menos de 10% do montante anual, enquanto nos anos seguintes o aumento de visitantes corresponde ao incremento geral do turismo no país, não se notando a apregoada promoção proporcionada pela Festa dos tabuleiros.
Nestas contradições entre o propagandeado e a realidade, fará algum sentido continuar a queimar recursos, na ordem dos 20 euros por eleitor, em cada edição quadrienal? Para beneficiar quem? Os defensores do crescente peso do sector público na economia local, bem como os instalados no poder, que aproveitam para angariar votos.
Não seria melhor parar quanto antes, para pensar melhor? Porque já faltou mais para o momento fatal em que o orçamento municipal deixará de comportar o crescente custo da festa, doa a quem doer. Bastará que Bruxelas feche a torneira. Ou estão convencidos que o maná europeu é para sempre?



 

3 comentários:

  1. Quando Bruxelas fechar as torneiras o país acabou, portanto amigo, não vale a pena tapar o sol com a peneira, melhor seria honestamente sem compadrios discutir o que era melhor para Tomar, mas isso está fora de ipótesse com este enleio municipal, eu nunca vi e a nivel nacional os gajos querem podem e mandam, sem duvida foram legitimados nas urnas, mas já começa a debandada, a presidenta diz que se for eleita para o turismo do centro renuncia ao mandato, mas quando é que este estupido povo pensa que estes fdp vão pra lá defendê-los? já se começão a contar espingardas no ps pras próximas eleições e ainda falta muito. Mas em tomar há o culto do borrego, segundo o gajo do psd perguntou qual o critério para o investimento na escola Gualdim Pais e o outro artista disse porque sim, e mais não disse, como o outro interlecotor é candidato a politico a tempo inteiro veio com verborreia para a comunicação social, em vêz de como bom Tomarense lhe apertá-se os machinhos até o gajo .........,mas como são todos farinha do mesmo saco,estamos entregues aos bichos.

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  2. "....Não seria melhor parar quanto antes, para pensar melhor? Porque já faltou mais para o momento fatal em que o orçamento municipal deixará de comportar o crescente custo da festa, doa a quem doer. Bastará que Bruxelas feche a torneira. Ou estão convencidos que o maná europeu é para sempre?...."

    Prof. Rebelo sem dúvida que a torneira não fechará.
    Em primeiro lugar, porque quem manda na UE são igualmente políticos de duvidosa capacidade governativa em prol duma UE moderna, democrática e verdadeiramente livre.
    Em segundo lugar, como diz e bem o Sr. Carlos coelho, Portugal tornar-se-ia uma "Venezuela" da Europa....
    Quando à Festa dos Tabuleiros sou favorável à sua realização de 4 em 4 anos, mas não nos moldes em que vem sendo realizada.

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    1. Compreendo o seu ponto de vista sobre a UE, tendo em conta as informações de que dispõe. As minhas são mais completas, creio eu. Há um grupo de países do norte da Europa, liderado pela Holanda, que começa a impôr o seu programa, designadamente na Hungria e na Polónia. Fundos europeus sim, mas só em função dos resultados, como na Grécia. Ou seja, a conversa à portuguesa deixou de convencer. Sem crescimento, reformas estruturais e criação de riqueza, acabaram-se os fundos. A TAP é mesmo a última e desastrada aventura, no nosso habitual jogo no qual ganham sempre os piores. Oxalá!

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