Alergia ao CHEGA?
Dois vereadores socialistas
contra a liberdade de propaganda política que está na Lei
Estamos numa terra e num país que são como são, e cuja comunicação social me abstenho de qualificar, por uma questão de recato. Noutro país do norte da Europa, e noutra terra desse país, forçosamente com outra comunicação social, o que acaba de acontecer em Tomar seria um escândalo nacional de grandes proporções. Em Portugal, vamos a ver, mas deve prevalecer o habitual silêncio cúmplice.
Pode-se lá imaginar, por essa Europa fora, que dois vereadores eleitos pelo Partido socialista decidam atacar fortemente uma acção de propaganda legal do 3º partido mais votado no seu concelho, e que um deles tenha mesmo sugerido que se tape o cartaz em causa! Tudo isto no exercício das suas funções, e não em qualquer acção de campanha eleitoral...
Semelhante atitude ditatorial ocorre num concelho em que o partido atacado conseguiu, em 2022, 9,86% dos votos expressos, o que o torna a 3ª formação política mais votada, logo a seguir ao PS e PSD, com mais votos que o conjunto Bloco de Esquerda + PCP. 1906 votos para o Chega, 1.687 para o par BE+PCP.
Mais significativo ainda, o Chega obteve as suas melhores votações em Paialvo (outrora do PCP), em S, Pedro (do PSD) e na Madalena-Beselga (do PS). Como explicar então o estranho comportamento dos dois aludidos vereadores PS, um deles independente? Terá sido um caso óbvio de endeusamento da Festa dos tabuleiros, a que atribuem uma importância que ela não tem de modo nenhum? Ou será apenas um caso evidente de intolerância mal disfarçada, com tendência para o partido único?
Ficam estas reflexões à consideração dos tomarenses, para que possam eventualmente servir de experiência e evitar estrambóticas repetições. Não adianta recorrer ao catecismo dito de esquerda, para acusar quem isto escreve de estar a defender o Chega. Há apenas uma enumeração de factos verificáveis e a tentativa de defesa das liberdades fundamentais, entre as quais avulta a liberdade de expressão para todos, quer isso nos convenha ou não.
Só quem já foi alvo de censura após o 25 de Abril, e impedido de facto de expor livremente os seus pontos de vista num site independente, por calhordas com afigurações, em serviço partidário, pode dar o devido valor às leis que garantem a liberdade de expressão para toda a cidadania, e perceber devidamente a gravidade da actuação dos dois vereadores PS nabantinos. Que Deus lhes perdoe, que eu não posso.
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