Ao que li, a inauguração da Feira de Santa Iria correu muito bem e foi muito divertida e tudo. O costume. Na circunstância, Bruno Graça declarou que provavelmente será este o último ano em que a feira se realiza na Várzea grande, uma vez que as obras ditas de requalificação daquele espaço público vão começar em breve. O ainda vereador da CDU foi logo secundado pelo actual vice-presidente, Hugo Cristóvão, que confirmou a inevitável mudança de local da multicentenária feira.
Até aí tudo muito bem. Seguiu-se mesmo um convite inesperado da senhora presidente Dª Anabela Freitas para uma volta de carrossel, prontamente aceite por todos, com destaque para o ainda presidente da Assembleia Municipal e para o futuro líder da oposição José Delgado. No meu entender de pobre parolo, mais um acto que evidencia o comportamento muito tomarense dos reeleitos e dos novos eleitos.
Como os leitores de TAD3 sabem, os autarcas dividem-se em dois grandes grupos. O grupo A mostra as obras que tem feito. O grupo B, como não tem obras para mostrar, vai-se mostrando. Um pouco como aqueles turistas que, em vez de fotografarem paisagens e monumentos, vão-se entretendo a fazer selfies, decerto considerando que eles é que são o motivo da viagem e o enquadramento geográfico apenas um cenário. Novos tempos, novos hábitos...
Foto mediotejo.net
O caso nem seria grave, mesmo tendo em linha de conta a tomada de posse e a primeira sessão da Assembleia Municipal de Tomar a realizarem-se num cine-teatro, transformando assim actos administrativos que deviam ser solenes num mero espectáculo, não fora a dimensão dos problemas em causa, de cuja abordagem pública os membros do próximo executivo fogem como o diabo foge da cruz. Percebe-se porquê.
No caso do novo local para a feira, nada dizem porque não têm a menor ideia sobre tal matéria. Que como habitualmente nesta desgraçada terra é bem capaz de ser decidida em cima da hora e em cima do joelho. Bem gostaria de estar enganado.
Quanto às obras ditas de requalificação da Várzea grande, será dinheiro europeu deitado ao vento, pois dois motivos principais. O primeiro deriva da evidente má qualidade e inadequação do projecto face às necessidades da cidade. O outro implica que, mais cedo que tarde, quando finalmente a autarquia resolver mandar elaborar um plano local de turismo digno desse nome, tal documento terá de recomendar a construção de um parque de estacionamento de superfície e subterrâneo, em toda a área da Várzea grande (excepto palácio da justiça) e do ex-Convento de S. Francisco, incluindo dependências do ex-RI 15. A inevitável construção desse equipamento fundamental e inadiável, vai implicar forçosamente a destruição da maior parte da "requalificação" entretanto efectuada, por não haver outro local tão adequado, por razões que seria demasiado longo explicar aqui. Mas como é dinheiro de Bruxelas e os tomarenses se calam a tudo...
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