Segundo a informação local, a recente reunião do executivo municipal, com "antes da ordem do dia" e 20 pontos na ordem de trabalhos, durou 15 minutos. Leu bem. Foi tudo despachado num curto quarto de hora. O que constitui o primeiro sinal claro e inequívoco de que a maioria absoluta obtida num contexto feliz já está a causar estragos entre os eleitos socialistas que dela beneficiam. Para além de questões de imagem e de respeito pelas normas, não se lembraram, ou consideraram sem importância que, na língua portuguesa existem duas frases, ambas cruéis, para qualificar situações dessas. Diz uma que "Depressa e bem, não faz ninguém." E, francamente, 15 minutos para 21 assuntos diferentes, dá que pensar, lá isso dá. Reza a outra que "Quem pouco sabe, depressa o canta." O que significa que, mesmo vindo todos já muito bem afinadinhos pelo diapasão da chefe, denotaram evidente falta de respeito pela oposição e pela assistência. Não por mero acaso, um jornalista já escreveu que se sentiram frustrados porque se esperava "mais conteúdo". Está longe de ser um bom sinal, para quem ainda não tenha desistido de pensar um bocadinho.
Afirmou a senhora presidente, no seu discurso de tomada de posse, que tenciona apoiar-se nas organizações internacionais, para lograr o desenvolvimento da cidade e do concelho. Aplaudo a ideia. Duvido contudo que possa conseguir algum sucesso. Ao tomarem conhecimento de que uma reunião camarária tomarense, com uma ordem de trabalhos de 20 pontos diferentes, mais "antes da ordem do dia", durou apenas 15 escassos minutos, os outros participantes ficarão naturalmente de pé atrás. Reuniões formais assim só acontecem geralmente em regimes autoritários, onde os eleitos ou se abstêm, ou se limitam a dar o amem às decisões antes tomadas pelo chefe. Neste caso A chefe, o que nos países do sul da Europa ainda agrava mais a questão. Infelizmente, mas é o que temos.
Uma vez que a sra. Dª Anabela Freitas já demonstrou sobejamente que não dá o braço a torcer, por uma questão de orgulho, fica aqui este escrito, exclusivamente para memória futura. Para poder dizer mais tarde uma de duas: ou um sincero "enganei-me e peço desculpa", (de longe a minha preferência) ou um singelo "eu bem vos avisei em tempo oportuno, mas não me quiseram crer." Em todo o caso, em conformidade com o que antevejo, julgo ser oportuno citar, para uso da oposição e dos eleitores tomarenses, o conselho de Guterres, quando ainda dirigia o PS -Habituem-se!
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