É dia de eleições, que nada de substancial vão mudar na prática, aqui na nossa demasiado pacata terra, cada vez mais terrinha. Porque as mudanças que contam levam tempo. Boa ocasião ainda assim, parece-me, para abordar uma questão delicada. Não por me incomodar sobremaneira. Apenas pelas consequências que daí advêm para a vida comunitária. Refiro-me à reiterada afirmação de que sou demasiado agreste naquilo que escrevo.
Para que se possa ajuizar com fundamento se tal é ou não o caso, julgo que convirá comparar o que vou publicando com as peças de outros opinadores. Dos dois que considero os melhores, um está afastado, creio que por doença, ou assoberbado com outras tarefas. É Vasco Pulido Valente. O outro, felizmente mais assíduo, colabora também no Observador, oferecendo aos leitores suculentos nacos de prosa como este: "Não me aborrece viver num país cujos governantes abandonam entrevistas à primeira pergunta "incómoda", como agora aconteceu com o sr. Costa da Rádio Renascença. Mas é triste viver num país cujos jornalistas ainda comparecem a entrevistas com espécimes assim. Refiro-me, claro, aos jornalistas que mantêm uma réstea de vergonha. Os restantes cumprem exacta e escrupulosamente o papel deles."
Acabo de citar Alberto Gonçalves, que escreve aos sábados, e cuja leitura assídua não posso deixar de recomendar. A começar pela crónica integral da qual extraí a citação supra.
A que vem tudo isto? Serve tão só para tentar esclarecer os meus críticos, que respeito, mostrando-lhes que estão razoavelmente equivocados. Não sou demasiado agreste, quando comparado com outros comentadores. Os tomarenses é que estão mal habituados, porque em Tomar quase ninguém escreve, para além dos profissionais -que o fazem por obrigação alimentar- e regularmente só eu opino. Mal ou bem, isso é já outra questão. De tal forma que me sinto por vezes como alguém gritando em pleno cemitério cívico. O que realmente não seria nada educado.
Claramente pouco lidos e regra geral poupados por quem deles directa ou indirectamente depende, (que são quase todos, senão a totalidade, da comunidade informativa local) os respeitáveis eleitos sentem-se ultrajados quando alguém, no caso o escriba destas linhas, os confronta com os factos tal como são. É no que dá a falta de espelhos "de corpo inteiro" nas instalações autárquicas e outras. Mas lá está: as mudanças que contam levam tempo. E as de mentalidade então...
Claramente pouco lidos e regra geral poupados por quem deles directa ou indirectamente depende, (que são quase todos, senão a totalidade, da comunidade informativa local) os respeitáveis eleitos sentem-se ultrajados quando alguém, no caso o escriba destas linhas, os confronta com os factos tal como são. É no que dá a falta de espelhos "de corpo inteiro" nas instalações autárquicas e outras. Mas lá está: as mudanças que contam levam tempo. E as de mentalidade então...
Sem comentários:
Enviar um comentário