sexta-feira, 28 de julho de 2017

Querela sem fundamento

Tomar na rede publicou textos e fotos sobre o corte de algumas árvores no Mouchão. Cumpriu a sua missão. Noticiou um facto que considerou relevante. Desgraçadamente, aquele nosso colega aceita comentários anónimos. Que alguns troll da zona aproveitam. E de que maneira. Gerou-se assim mais uma daquelas querelas à moda de Tomar. Muita conversa, pouca substância.
Como usualmente por estas bandas, o que devia ser pessoal, passou a ser tribal: Os contra a Anabela e os a favor da Anabela. Sem meios termos. Como nas claques de futebol.
Agoniado com algumas mensagens, resolvi ir lá ver e tirei umas fotos:





Concluí que se pode concordar ou não com a poda dos plátanos e o corte de algumas árvores. Mas daí a alargar a toda a gestão PS da autarquia, é do domínio da palermice política. Noutros termos, não há para tanto. Não cabe na cabeça de ninguém, minimamente sensato, que a câmara corte ou pague para mandar cortar árvores saudáveis, unicamente por sadismo ou por vingança. E mesmo a empresa portuense que foi contratada, não tinha qualquer interesse em cortar árvores a esmo, uma vez que quanto menos cortasse, menos trabalho tinha ...pelo mesmo preço. Por conseguinte, não vejo qualquer motivo para protestos.
Surge depois a questão da empresa não ser tomarense. Sucede contudo que, em geral, as empresas da zona apresentam sempre preços mais elevados que as concorrentes de longe. Ignoro porquê, mas é um facto. Que naturalmente conduz a presidente a consignar a empreitada à empresa concorrente que apresenta o melhor preço para a autarquia. O mais baixo.
Quer isto dizer que está tudo bem? Que não há problemas? De modo algum. Há problemas, e muitos. A começar pela questão das prioridades. Neste caso do Mouchão, por exemplo, se fosse eu o autarca responsável, teria preferido não fazer a Feira medieval ali, mas na Mata e com entradas pagas. O produto das entradas daria agora para proceder aos indispensáveis actos de simples manutenção daquele outrora magnífico parque municipal. A começar pelo corte da palmeira-tamareira já vitimada pelo parasita asiático, como tantas outras, e pelo abate daquela árvore que está seca (ver última foto). Só depois viria a poda dos plátanos e o abate de alguns choupos, cuja inclinação ameaçava o muro de suporte em caso de queda. Choupos que, segundo informação do vereador Bruno Graça, vão ser substituídas por espécies autóctones. Isto para ficar pelo Mouchão.
Por essa cidade fora há vários outros casos de falta de manutenção. Por exemplo na Rua de Coimbra, onde não há meio de cortarem os rebentos, ou de substituírem as árvores secas. Ou na rua Lopo Dias de Sousa e avenida Melo e Castro, com dezenas de árvores condenadas, aguardando substituição.
Concluindo, é aparentemente muito fácil criticar. Sobretudo quando no conforto do anonimato. Mas difunde-se assim, sem querer, uma imagem de geral falta de qualidade, de seriedade e de ponderação. E instala-se o descrédito em relação a todos os intervenientes. Exactamente o oposto daquilo que, no meu tosco entendimento, Tomar precisa para começar a recuperar.
Mas também é ponto assente que nunca ninguém viu figueiras do inferno darem figos comestíveis.


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