Escrevi anteriormente aqui e aqui sobre a iluminação do Castelo e do Convento. Juntei até imagens assaz explícitas, julgava eu. Tudo em vão, segundo aquilo que vou sabendo em retorno. Os poucos que emitiram opinião acham que está muito bem assim. Uma lástima. Se não erro, a actual rede de iluminação já é a quarta ou a quinta versão. Centenas de milhares de euros gastos e o problema continua por resolver. Se as anteriores iluminações não prestavam, a actual também não vale grande coisa.
Conquanto muitos, por ignorância, possam pensar que está o melhor possível, na verdade não está. Nem coisa parecida. Passo a tentar explicar porquê. Quando qualquer entidade decide mandar iluminar um monumento ou uma paisagem, fá-lo para valorizar. De noite, na penumbra, um monumento, um trecho urbano ou uma paisagem ganham enorme destaque, livres do enquadramento diurno, que contribui para distrair a atenção de quem olha e procura ver.
Desgraçadamente, em Tomar não é isso que acontece, apesar dos montantes consideráveis gastos com iluminação. Tanto para as respectivas instalações como em termos de consumo. Ficando-me pelo Castelo-Convento, apesar de já ir na quarta ou quinta versão, apenas se conseguiu apoucar em vez de engrandecer, ridicularizar em vez de exaltar. Ora faça o favor de ver, com olhos de ver, os dois pares de imagens seguintes. Cada uma foi captada no mesmo local, uma vez de dia, outra de noite: (Clique sobre a foto para ampliar)
É isto que estamos oferecendo aos visitantes, em termos de panoramas. No primeiro par, um magnífico monumento, que é o 2º mais vasto de Portugal, mas de longe o 1º em riqueza arquitectónica, transformado durante a noite, por obra e graça de uma iluminação mal enjorcada e sem manutenção adequada, numa espécie de conjunto de galinheiros no meio do mato.
No segundo caso, o mesmo riquísssimo monumento aparece durante a noite como um simples conjunto de muralhas sem mais nada, nem sequer Torre de menagem, tipo cenário cinematográfico pobre.
É isto que a DGPC, a autarquia e todos nós tomarenses, queremos que os cada vez mais numerosos visitantes possam apreciar? Não seria melhor projectar finalmente com cuidado, e só depois instalar uma iluminação digna desse nome, garantindo a indispensável manutenção?
Tal como está, na minha opinião de simples ignorante em termos de luminotecnia, valia mais manter tudo apagado. Sempre se poupava no consumo de energia e se evitava mais este enxovalho. Já basta a falta de casas de banho e de estacionamento. Ou os turistas perdidos dentro do Convento. Uma vergonha para todos nós. Os que sabemos o que isso é, já se vê.
Nota de rodapé
Peço desculpa pela evidente má qualidade técnica da 4ª imagem. Dada a distância, foi necessário usar tele-objectiva e a muito fraca luminosidade nocturna não permitiu que o focagem automática funcionasse a contento. Faltou-me um bom tripé, para compensar uma abertura f 4 àquela distância.
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