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Abre-se com um esclarecimento. Curadora é uma pessoa que organiza eventos, sobretudo exposições. Nada tem a ver portanto com questões de saúde e doença. Dito isto, passa-se ao tema.
Na série de directores que o IGESPAR tem enviado para encabeçar o Convento de Cristo, apareceu desta vez uma senhora que a experiência já demonstrou ser obstinada e alérgica à crítica fundamentada. Está no seu direito, enquanto cidadã e funcionária, tal com Tomar a dianteira 3 ao criticá-la frontalmente.
Além dos predicados antes apontados, a senhora directora resolveu transformar o Convento de Cristo num centro de eventos de toda a espécie, crê-se que sobretudo por vocação contrariada e igualmente para "fazer currículo". Temos assim um monumento, Património Mundial desde os anos 80 do século passado, cujos serviços básicos são bastante deficientes, ao mesmo tempo que a sua responsável se vai entretendo com a organização de eventos da mais variada espécie, como forma de desviar a atenção do essencial: Os visitantes são mal recebidos. O serviço básico fornecido é muito deficiente. Na prática, a actual gestão do monumento limita-se a assegurar a limpeza e a vender os ingressos. Os tais eventos heteróclitos são apenas para iludir.
Alcanena? Mação? Sertã? Carrilho da Graça? Lisboa? Que relação têm com a Casa grande da Ordem de Cristo? O Convento de Cristo, Património Mundial, transformado em pavilhão de exposições temporárias, rodagem de filmes recusadas alhures, e outros eventos exóticos? A DGPC e a senhora directora sabem o que é dignidade, prestígio histórico e respeito pelo passado? Estão a ver uma exposição sobre arquitectura contemporânea no Palácio de Versalhes? Um dia dedicado a um concelho rural qualquer no Museu do Vaticano? Uma conferência sobre esoterismo no Alhambra de Granada?
Além das mazelas já aqui denunciadas em textos anteriores, os sucessivos eventos geram todos uma situação que não se entende. Além do evidente abandalhamento, quando se trata de tentar promover concelhos rurais, para entrar e percorrer o monumento, sem qualquer acompanhamento especializado ou outro, pagam-se 6 euros, excepto aos domingos. Para entrar e participar nos vários certames temporários, a entrada é gratuita e permite percorrer todo o monumento. Basta conhecê-lo de forma sumária
Tomar a dianteira 3 concorda com a senhora directora em pelo menos um aspecto específico: a extrema variedade dos eventos levados a cabo. Da Feira da laranja conventual à Real botica que nunca houve, pois o convento nunca foi real, passando pela promoção de concelhos da zona do pinhal (que nunca pertenceram à Ordem dos Templários ou de Cristo) e colóquios de toda a ordem, tem havido para todos os gostos. Até uma exposição sobre da obra do arquitecto Souto Moura. E está agora outra, do arquitecto Carrilho da Graça, que vai ficar até Setembro. Tudo iniciativas de elevadísssimo alcance cultural e indesmentível adequação, como Tomar nunca teve. Prevê-se, uma vez mais, grande afluência de apreciadores de arquitectura contemporânea. Sobretudo de estrangeiros que seguem ao milímetro o que se passa nessa área em Portugal, uma vez que somos, também aí, um farol para o Mundo. Ou não será bem o caso? Não estaremos apenas perante uma habilidade tosca, que consiste em confundir visitas ao Convento com visitas aos eventos?
E que tal deixar-se de inadequações e outras patetices, começando por assegurar os serviços mínimos? Que serviços mínimos? Entrada em condições, instalações sanitárias em quantidade e qualidade, bilhética moderna, controles de segurança, visitas guiadas sistemáticas, horário alargado, abertura à visita das zonas ainda fechadas, pessoal devidamente formado...
E que tal deixar-se de inadequações e outras patetices, começando por assegurar os serviços mínimos? Que serviços mínimos? Entrada em condições, instalações sanitárias em quantidade e qualidade, bilhética moderna, controles de segurança, visitas guiadas sistemáticas, horário alargado, abertura à visita das zonas ainda fechadas, pessoal devidamente formado...
O Convento não precisa de promoções de trazer por casa. Tem público pagante garantido. As sucessivas realizações da senhora directora é que não. Quantos visitantes espera conseguir especificamente na exposição sobre a obra de Carrilho da Graça? Quanto custa a dita exposição? Que receita adicional vai gerar? Quem vai pagar a diferença?
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