sexta-feira, 21 de julho de 2017

Em Tomar a união faz a fraqueza

António Freitas, o incansável jornalista tomarense, que só não puxa mais por esta sua e nossa adorada terra, porque não pode, deu conta aqui do protocolo assinado recentemente em Ponta Delgada, nos Açores, tendo como objectivo principal a inscrição das Festas do Espírito Santo na lista do Património mundial imaterial da UNESCO. Baseado nisso, o candidato da CDU à Junta de Freguesia de Carregueiros, José Carlos Melo Marôco, chama a atenção para a especificidade de tais festividades naquela freguesia arrabaldina tomarense. 
Em síntese, refere que ali há algumas particularidades, como por exemplo a ornamentação dos tabuleiros só com flores naturais, ou a realização anual da festa e do respectivo cortejo. Conclui afirmando que "o carácter simples e popular da Festa do Divino Espírito Santo de Carregueiros... ...tem potencialidades para contribuir no desenvolvimento da freguesia, assim lhe seja reconhecido o seu potencial e envolvidos os seus defensores no processo agora encetado."

Foto copiada de Tomar na rede

Embora sem abordar essa vertente da questão, o referido candidato põe em evidência de forma implícita uma situação deveras curiosa. Carregueiros tinha  mil e quarenta eleitores inscritos em 2016, tendo perdido 30 desde 2013, à media de 10 por ano. Apesar disso, consegue realizar anualmente a sua Festa dos Tabuleiros, com um pequeno mas honrado cortejo, integrando cerca de 30 pares. O concelho de Tomar com 37 vezes mais eleitores que Carregueiros, (37.310 em 2013, 36.266 em 2016, menos 1.044 em três anos), só consegue realizar a Festa dos Tabuleiros, com mais ou menos 600 pares, de 4 em 4 anos. Porque será? Devia dar que pensar, não devia? Não será também por isso, por causa da nossa evidente incapacidade nalguns domínios, que a população vai diminuindo?
É até caso para dizer, penso eu, que em Tomar, contrariando o bem conhecido dito popular, A união faz a fraqueza. E, tudo devidamente ponderado, contrariando também a habitual intenção galhofeira e  pejorativa da alegação, afinal até temos algo a aprender na Universidade de Carregueiros.

Visite Tomar, cidade do imobilismo.

Sem comentários:

Enviar um comentário