quarta-feira, 1 de março de 2017

Mais uma medida cosmética...

Mais uma medida cosmética, para tomarense ver, na Câmara de Tomar. Segundo o nosso estimado e sempre bem informado colega Tomar na rede, a partir de quinta-feira, 2 de Março, todos os funcionários municipais vão passar a "picar o ponto". Assim à primeira vista, trata-se de uma medida longamente ponderada e congeminada, (ou vice-versa), antes de passada a escrito. Contas feitas, os socialistas já estão no comando das operações (estarão mesmo?) desde há quase três anos e meio e uma coisa cuja gestação até à parição levou todo esse tempo, só pode ser uma obra asseada.
Confirmando que administrativamente assim acontece, o regulamento da coisa não é de todo para brincadeiras. Inclui um Ponto prévio, com 17 linhas; um Âmbito, com 4 pontos, e Normas de registo, com 15 pontos. Seguem-se 32 artigos (!) e Competências dos Recursos Humanos, com 8 alíneas. Em resumo, mais uma obra-prima do juridismo miudinho, cujo objectivo usual é complicar, pretextando que visa simplificar. Acontece sempre assim nas desorganizações muito bem organizadas. Os serviços jurídicos gostam de alardear competência doutrinal e os funcionários têm de ir arranjando algo para ocupar o tempo. A leitura é uma excelente hipótese. Só é pena que alguns prefiram sites de valor acrescentado... à custa dos contribuintes.

Resultado de imagem para fotografia de aparelhos de controle dactiloscópico

No caso presente, trata-se de tentar controlar a assiduidade e a pontualidade do funcionalismo municipal, após muitos anos de completo deixa-andar. Se os leitores bem se recordam, António Paiva teve a mesma ideia e mandou instalar um sistema de controlo, que infelizmente foi sabotado poucos meses depois e jamais mandado reparar, por ele ou pelos seus sucessores. Por conseguinte, a coisa promete.
Desta vez, o executivo determinou a instalação  nos diversos serviços de um moderno sistema de controlo por impressão dactiloscópica. Em termos simples, trata-se de obrigar cada funcionário a "pôr o dedo", não na ferida pois não é a sua área, vão dizer, mas na máquina,  à entrada e à saída do local onde  cada qual exerce a sua actividade.
Admitindo que o novo equipamento electrónico não venha  a ter rapidamente a mesma pouca sorte do anterior, na ausência de eficaz e permanente controlo video, nada obsta a que um funcionário cumpra a sua obrigação e pouco depois saia tranquilamente para ir ao café, ou aonde muito bem entender, como de resto é habitual. Trata-se portanto, no meu limitado entendimento, de mais uma medida sobretudo cosmética, para tomarense ver em ano aleitoral, que todavia deixa tudo como até aqui. A mostrar que a senhora presidente sabe da poda. Já entendeu que é preciso ir mudando qualquer coisinha, para que tudo possa continuar na mesma. A tal cosmética política.
Ou a ausência de registo video é propositada, constituindo "uma atenção" para com os cafés da Praça da República, da Corredoura e da Rua Direita, que também pagam os seus impostos?

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