Nota prévia
Esta crónica estava pronta para publicação ontem. O surgimento do triste e beato texto anti-semita, obrigou a proceder de outro modo. Escreve-se isto para esclarecer que não há de forma alguma incoerência. Ontem fui forçado a defender a senhora presidente da Câmara, em nome da decência e da democracia. Hoje a vida continua e critico a sua formação política. Mas faço-o no quadro da boa educação política, como sempre deve ser.
Dizia a minha falecida mãe que, mais para o fim do mundo, ainda havíamos de assistir a coisas estranhas. Pelos vistos tinha razão. Este ano eleitoral, pelo menos aqui em Tomar, apesar de ainda no primeiro trimestre, já apresenta aspectos bem insólitos na área política. Das três forças com alguma hipótese de vencer eleições, a que está no poder por enquanto limitou-se a anunciar a recandidatura e a martelar na mesma tecla. Insiste em culpar os antecessores e indicar os sacrifícios já conseguidos. Quanto a intenções para o futuro mandato, que é afinal aquilo que mais interessa aos eleitores, mantém-se o cerrado nevoeiro.
Esta crónica estava pronta para publicação ontem. O surgimento do triste e beato texto anti-semita, obrigou a proceder de outro modo. Escreve-se isto para esclarecer que não há de forma alguma incoerência. Ontem fui forçado a defender a senhora presidente da Câmara, em nome da decência e da democracia. Hoje a vida continua e critico a sua formação política. Mas faço-o no quadro da boa educação política, como sempre deve ser.
Dizia a minha falecida mãe que, mais para o fim do mundo, ainda havíamos de assistir a coisas estranhas. Pelos vistos tinha razão. Este ano eleitoral, pelo menos aqui em Tomar, apesar de ainda no primeiro trimestre, já apresenta aspectos bem insólitos na área política. Das três forças com alguma hipótese de vencer eleições, a que está no poder por enquanto limitou-se a anunciar a recandidatura e a martelar na mesma tecla. Insiste em culpar os antecessores e indicar os sacrifícios já conseguidos. Quanto a intenções para o futuro mandato, que é afinal aquilo que mais interessa aos eleitores, mantém-se o cerrado nevoeiro.
Para não destoar, os social-democratas nabantinos, após um laborioso processo de escolha do cabeça de lista, apresentaram o seleccionado, com bastante êxito, reconheça-se. Infelizmente, sobre linhas programáticas para o futuro mandato, sabe-se apenas que, caso vença, Boavida tenciona "governar para as pessoas", seja lá isso o que for, para além do evidente vazio conceptual. Quem é que neste país alguma vez admitiu não governar para as pessoas? O programa propriamente dito, está anunciado só lá para Maio. Falta saber se antes ou depois da visita do papa a Fátima.
Restam os restos dos IpT, dado que quase todos os seus fundadores já se foram alhures. Pedro Marques, o seu líder de sempre, está um bocado embaraçado, o que se entende. A cada eleição que passa, a sua formação vai perdendo votos. Chegou a valer perto de 5 mil, em 2005, mais do que o PS. Baixou para 3094, em 2013. E caso não consiga reinventar-se até às próximas autárquicas, o que é provável, vai ter um triste funeral. Os tempos não estão de modo algum para indefinições, nem aventuras pessoais. Mesmo péssimo como ele é, só consegue ser Trump quem pode. Não está ao alcance de qualquer. Mormente em Tomar, terra de gente esclarecidíssima em matéria política.
Foto Radio Hertz, com os nossos agradecimentos
Neste bizarro contexto, surgiu um comunicado dos socialistas locais, a demonstrar que, também por ali, reina alguma angústia e desorientação. Tenho pena de escrever isto, porque as velhas paixões são muito resistentes. Mas recuso-me, como sempre fiz, a hipotecar a verdade, tal com a vejo, às conveniências transitórias.
Quando uma formação política sente a necessidade de vir defender os seus eleitos, é óbvio que as coisas não vão bem, nem mostram tendências para melhorar. Apesar da recente tempestade CGD, alguém leu algum comunicado do PS, defendendo Costa ou Centeno? Por conseguinte, ao julgar que defendem Anabela Freitas, estão na realidade a reforçar a ideia de fim de reinado, com as inerentes complicações de toda a ordem.
Além dessa perspectiva comunicacional errada, os socialistas parece terem insistido na asneira, ao resolverem defender, no mesmo comunicado, a honra alegadamente ofendida dos funcionários municipais. A que propósito? Não cabe aos sindicatos essa tarefa? Pois se até o PCP, o único partido comunista tradicional que ainda tem alguma influência para cá do Danúbio, não se cansa de repetir que defende "os trabalhadores e o povo", que legitimidade tem o PS tomarense para se arvorar em defensor da honra alegadamente ofendida dos funcionários municipais?
Consta no comunicado que os ditos empregados do Município têm sido caluniados. Mas muito habilidosamente não indicam que calúnias. Que são em geral arrogantes? Que há excedentários? Que alguns só complicam, uns por falta de competência, outros de forma deliberada? Que um ou outro destes últimos procedem assim, tendo em vista vantagens indevidas? Que no geral não são aquilo a que se possa chamar trabalhadores esforçados?
O cómico da questão é que, após criticar as tentativas alheias de manipular e ludibriar os eleitores, o PS local proclama: "Queira-se sim discutir ideias, valores e projectos, a bem de Tomar." O quê?!?
O cómico da questão é que, após criticar as tentativas alheias de manipular e ludibriar os eleitores, o PS local proclama: "Queira-se sim discutir ideias, valores e projectos, a bem de Tomar." O quê?!?
A verdade é que, para a actual equipa socialista nabantina, nada disto importa realmente. O que lhes interessa mesmo é que os funcionários votem PS em Outubro. Mas, ou estou muito enganado, ou isso não vai acontecer, pois já deu para perceber o que a casa gasta. Andam todos ao mesmo. Quanto mais mama melhor. E havendo um colega de trabalho a concorrer...
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