Infelicidades...

O presidente do eurogrupo, um jovem holandês social-democrata, tal com o PS português diz ser, sabe estar de saída. O seu partido perdeu largamente as recentes eleições e por conseguinte ele vai deixar de ser ministro das finanças da Holanda. O seu mandato no Eurogrupo só termina em 2018, mas são muitos cães a um osso regiamente remunerado. Vai daí, o cavalheiro resolveu dizer alto o que lhe vai na alma. Provavelmente teleguiado pelo seu colega alemão.

Disse em síntese que quem pede ajuda à União Europeia não deve, antes nem depois, andar a gastar dinheiro com mulheres e álcool. Falou em sentido figurado, bem entendido. Queria aludir a dinheiro mal gasto. Com reversões, por exemplo. Aconteceu contudo que o propósito feriu a susceptibilidade à flor da pele dos socialistas costistas, bem como ao que parece a de alguns social-democratas lusos. a espairecer em Estrasburgo e Bruxelas à custa do orçamento da UE. 

Cúmulo da infelicidade, o açoriano Carlos César, oriundo de uma região ultraperiférica que muito deve a UE, (no seio da qual, ao contrário de Portugal, a Holanda paga bastante mais do que recebe), bem como líder parlamentar do PS, saiu-se com uma frase que não é de parlamentar, mas para lamentar. Segundo a ilustre personalidade, o ministro holandês "é o tipo de criatura que não faz falta na UE".

A César o que é de César. Decerto sem querer, acertou em cheio. Usou exactamente a mesma frase com a qual os europeus do norte nos costumam brindar, dizendo  que Portugal "é o tipo de país que não faz falta na UE", porque problemas já eles têm de sobra, havendo cada vez mais pedintes a bater à porta. Além de, quanto mais não seja por prudência, nunca ser conveniente cuspir na mão que já nos deu de comer. Podemos voltar a precisar, visto que a arrogância e o orgulho nunca alimentaram ninguém
Ah! se o ridículo matasse, evitavam-se cenas assim.

Actualização às 14H15 de 22/03/17 (hora de Lisboa)

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