"Incapazes de resolver um problema virtualmente sem solução, aqui como noutros países com dívida excessiva, o PS e os seus aliados viram-se irresponsavelmente contra as poucas instituições nacionais que procuram conter as perdas..." Este excerto de uma análise de Manuel Villaverde Cabral, que pode ler aqui, adapta-se perfeitamente à actual situação tomarense. Basta substituir países por municípios e instituições nacionais por blogues locais que procuram alertar os eleitores.
Com efeito, tal como vem acontecendo em Lisboa, gente próxima dos partidos da geringonça tem procurado desencadear em Tomar uma campanha hostil e de descrédito contra os dois únicos meios locais de comunicação desalinhados - Tomar na rede e Tomar a dianteira. O administrador do nosso prezado colega tem sido acusado, com alguma frequência, de andar à procura de tacho e de insistir em publicar "não notícias". Quanto a mim, não me podendo acusar do mesmo, enveredaram pelo diagnóstico médico à pressa. Escreveram e vão propalando que estou pataroco de todo, desde que vim para o Brasil. Comparando, não sei quem está realmente mais passado dos carretos...
O que tais malabarismos políticos, (sempre a coberto do confortável anonimato), procuram escamotear, tentando distrair os eleitores e desacreditar os analistas, é a cada vez mais evidente gravidade da crise tomarense. A população diminui, o que provoca a redução das taxas e impostos cobrados no concelho, logo as receitas municipais são cada vez menores. Mas ao mesmo tempo, as despesas de funcionamento (pessoal + consumíveis + consultoria externa) vão aumentando. Perante este autêntico quebra-cabeças, em vez de arranjar coragem para inverter a marcha para o abismo, assumindo o problema e procurando explicá-lo aos eleitores, a actual gestão municipal prefere continuar a escamotear a realidade. Que o mesmo é dizer, a enganar os cidadãos, incluindo os funcionários da autarquia. Que, não sendo tolos...
Foto Tomar na rede, com os agradecimentos de TaD-3
Porque na verdade, o actual modelo de governo municipal, que consiste em agradar aos funcionários municipais e aos eleitos das freguesias, é tão admissível como qualquer outro, porque legitimado pelo voto. Com uma diferença porém. Enquanto um outro modelo, privilegiando a descida dos encargos obrigatórios, a simplificação administrativa, a redução de pessoal, a adopção de um projecto multivalente e o apelo aos investidores privados, tenderá a melhorar progressivamente a nossa triste situação, o actual apoio descarado aos funcionários municipais e aos eleitos das freguesias, se calhar rende votos, mas só pode provocar, a médio-longo prazo, uma realidade muito desagradável para todos -a falência da autarquia, com todas as suas consequências. Exagero meu? Se não erro, actualmente os infelizes credores da câmara já têm de aguardar mais de ano e meio para receber. Mas, como nas câmaras ricas, o autocarro municipal continua a rolar para os amigos, à custa dos contribuintes. E os vencimentos dos eleitos e dos funcionários continuam a ser pagos pontualmente. Até quando?
Diz o povo, munido da sua sua milenar sabedoria, que "não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe." Ou vice-versa, Depende da posição do leitor. E para bem de uns, mal de outros.
Lúcida análise, muito pertinente prospectiva. Que futuro queremos, que legado teremos?
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