Na entrevista que hoje publica o Cidade de Tomar, Nuno Ribeiro, candidato do CDS, diz designadamente que é católico e que o importante são as pessoas. Há semanas, na apresentação da sua candidatura pelo PSD, Luís Boavida, disse outro tanto. Que é católico e que o importante são as pessoas.
Anabela Freitas, do PS, também já avançou que o importante são as pessoas, conquanto não se tenha proclamado católica, apesar de já ter levado o pendão do espírito santo, por inerência do cargo.
É duvidoso que Luís Santos, candidato do BE, venha a proclamar que é católico, mas todos sabemos que é o caso. E decerto que ele também concorda que o importante são as pessoas. O mesmo se poderá dizer do eng. Bruno Graça, (se vier a ser ele o candidato da CDU), que não sendo um assíduo praticante católico, estará de acordo que o importante são as pessoas. Os trabalhadores e o povo, para usar o vocabulário da sua formação, liderada como se sabe pelo PCP.
Estamos assim a começar bem, não haja dúvidas. Todos os candidatos dizem praticamente o mesmo. Abundam as frases feitas e os lugares comuns. O que prenuncia programas gémos e campanhas similares. Após o que os eleitores baralhados, que mesmo assim resolverem ir às urnas e não optarem pelo voto de protesto, sob a forma de boletim branco ou nulo, votam em quem e porquê? Na barbicha do candidato do CDS? Na gravata de Luís Boavida? Nos penteados, nas indumentárias ou nos sapatos de Anabela Freitas? No ar pachola de Luís Santos? Na postura descontraída e triste de Bruno Graça?
E o futuro da cidade e do concelho, no meio de tudo isso? Continuará a aguardar melhores dias?
"Na postura descontraída e triste de Bruno Graça?". Gostei dessa. Estava a ler com ar macambúzio e larguei-me a rir.
ResponderEliminarO Bruno é um bom político, bom autarca, sério, rigoroso, devotado em tudo a que se dedica, desprendido de interesses materiais. Às vezes "desmasiadamente". Dava um bom presidente da câmara, mas anda sempre a pé, com aquele ar triste..., não usa gravata nem recebe a mensalidade de vereador...(não lembra ao diabo.) Tantas vezes lhe disse: põe uma gravata nas campanhas eleitorais, pelo menos, e veste uma fatiota completa. Que não! O povo aprecia, gosta, e gosta de ver doutores, engenheiros e arquitetos nos cargos. Lá sabem porquê. E com razão, porque valoriza o saber,deposita esperança nos que saem das universidades, não nos que são doutores da mula ruça como o dr. Relvas, o teu amigo, tomarense para as notas de despesas da Ass. da República. Mas às vezes sai-nos cá cada oportunista. Porque será? Temos boas elites, mesmo locais, sempre tivemos, mas logo logo se DEQUITAM do povo (esta palavra coquei-a hoje por acaso, tive que ir ao dicionário, significa cortar a placenta. É um floreado de esquerda, mas não de caviar))
Aqui onde moro, uma aldeia saloia de Sintra, há um mediador de seguros que me presta serviços, é o "RG Seguros / As pessoas em primeiro lugar".
O eng. Bruno é doutra estirpe, não tem nada a ver...
Se eu fosse comerciante aí em Tomar. iniciava um movimento de lançamento do Bruno para a presidência da câmara; o movimento associativo do concelho, idem idem; e tu, aí no teu blogue, idem idem idem. Tu não consegues disfarçar uma grande simpatia pelo Bruno. E fazes bem. Quanto a Boavida, goza-a aí em Fortaleza com saúde. O que será que te prende aí tanto tempo, sendo Portugal uma beleza, na moda por esse mundo fora, mais agora com a querida geringonça, e sendo Tomar a cidade mais linda de Portugal!!! Rica terra! Boa gente!.
Só para terminar. Admiro o teu esforço diário, a tua frontalidade, a tua intervenção pública local. Estou a falar a sério. Tenho na ideia que as forças políticas (ou forças vivas?) locais nunca te deram o devido valor. E isso é dramático. Escreves diariamente .- e bem, tomara eu..., teria escrito aquele romance sobre o Zé do Telhado em que fiquei pelo primeiro parágrafo-lembras-te? e acabou numa crónica ascorosa que rasguei, estava na guerra em Angola, aconteceu depois de estar no cemitério onde ele foi sepultado, perto de Malange, para onde foi desterrado - lembras-te? Eram afigurações. Há por aí muita gente na política com afigurações - . onde é que eu ia...?, escreves diariamente, dizia, com paixão, uma trabalheira do caraças, mas falta-te um encosto, uma inserção, um comprometimento, um engajamento..., um lado, se quiseres, uma filosofia, uma linha política, uma ideologia. A coisa é simples: ou se está do lado do grande capital ou se está do lado dos trabalhadores, dos explorados, dos marginalizados, etc.. Condescendência só em questões culturais ou religiosas, respeitando o contexto das comunidades; já quanto às questões económicas a esquerda tem que ser radical. Com pena minha, estás muito inclinado para uma direita tresmalhada, inorgânica, à deriva- perigosa!
(Este comentário, longo, é como se estivesse a conversar contigo num banco ali no gaveto onde era o Turismo)
Que dizer-te? É o que pensas e julgo que, tal como eu, já não estás com idade para grandes mudanças.
EliminarAgradeço-te as lisongeiras considerações a meu respeito. Parece-me que o melhor será continuarmos esta conversa via email. Que achas?
O que me prende aqui em Fortaleza é sobretudo um calçadão à beira-mar com cerca de 6 quilómetros, a água de coco a 50 cêntimos de euro e uma temperatura de 25/27º graus durante todo o ano. Além da minha companheira brasileira.
Um abraço,
anfrarebelo@gmail.com