quinta-feira, 16 de março de 2017

Uma história franco-americana que confirma a decadência tomarense

O prestigiado jornal americano New York Times publicou uma reportagem sobre a acentuada decadência francesa. A evidente degradação do french way of life. À boa maneira anglo-saxónica, voltada para o pragmatismo, apresentou como exemplo concreto dessa gritante crise gaulesa a cidade de Albi, uma urbe de 50 mil habitantes, situada na região de Toulouse, no sudoeste da França:


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A dita reportagem teve tal repercussão naquela cidade francesa, que o jornal americano acabou por encomendar e distribuir uma tradução francesa de toda a reportagem. O que só ampliou o escândalo. Os tarneses (Albi fica na sub-região do Tarn) não concordam com o que deles e da cidade disse o jornalista, um franco-americano que ali viveu mais de três décadas. A presidente da câmara municipal, como lhe competia, contra-atacou em nome da população, desmentindo e corrigindo dados publicados pelo jornal nova-iorquino. Principal contra-argumento: -Não é verdade que Albi esteja em decadência, uma vez que a população tem vindo a aumentar de ano para ano, disse ela.
Agora imaginemos que um dia destes o New York Times, ou qualquer outro órgão de informação não acomodado, resolve replicar a ideia e publicar uma reportagem similar, sobre a acentuada decadência portuguesa e a evidente degradação do portuguese way of life (seja lá isso o que for...), usando o caso tomarense como exemplo. Quando chegar o tempo da discordância, que os tomarenses também são obstinados, tal como os tarneses, a presidente Anabela Freitas (ou quem estiver no lugar que até Outubro próximo é dela), vai usar o quê, como contra-argumentação? Ao contrário do que acontece em Albi, a população de Tomar diminui, de forma evidente e contínua, há mais de 15 anos. Com tendência para o agravamento.
Parafraseando o título do citado diário americano, confirma-se assim que Tomar é  uma cidade morta, símbolo do declínio de Portugal. Só o clima é que não é cinzento. Por enquanto?
Resta contudo uma esperança. Quem for presidente da câmara logo após essa hipotética reportagem, americana ou não, que provavelmente nunca vai acontecer, sempre se poderá alegar que o êxodo populacional nabantino também não é assim tão grave como se quer fazer crer. Prova disso é que o Nabão e o Convento de Cristo ainda não emigraram...

Quem saiba ler francês, pode aceder ao artigo em causa aqui:
http://abonnes.lemonde.fr/big-browser/article/2017/03/14/albi-ville-morte-grise-et-symbolique-du-declin-de-la-france-la-contre-enquete-locale_5094463_4832693.html (Acesso pago)

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