Acabo de ler aqui e aqui que a recente reunião do executivo tomarense teve momentos de grande tensão, a bem dizer mais parecidos com uma disputa entre peixeiras no mercado local, do que com uma reunião formal do órgão executivo que devia governar o concelho. E repare-se que escrevi devia antes de governar. A coisa foi de tal monta que até Pedro Marques, usualmente demasiado pacato, lamentou "o espectáculo". Uma bronca de todo o tamanho, já com difusão regional e nacional.
Tudo porque a vereadora do PSD terá apodado a presidente de mentirosa nas redes sociais, ao que Anabela Freitas retorquiu que a adversária tem todos os documentos que demonstram o contrário. Fica-se assim com a ideia -eu pelo menos fiquei- que a eleita social-democrata pretende mostrar-se aguerrida. Apresentar trabalho, para quiçá obter um lugar elegível na futura lista, que julga ganhadora.
A ser assim, e tudo indica que é, está a eleita laranja no seu direito de fazer pela vida. O problema reside no facto de ser conveniente ter maneiras, sobretudo na política. Aceitar que não vale tudo, nem se pode dizer tudo, muito menos de qualquer maneira. No fundo, a velha questão do saber dizer. Segundo Robert Foa e Yascha Mounk, citados por Paulo de Almeida Sande, nesta análise política cuja leitura vivamente recomendo, "A saúde de uma democracia não depende apenas do apoio a valores políticos chave, como os direitos cívicos, mas também da participação activa de uma cidadania informada."
Parece-me ser o caso presente, dado que como todos sabemos bem, embora isso nos possa eventualmente desagradar, em Tomar não há uma coisa nem outra. Nem se tem manifestado o apoio da população a valores políticos chave, como os direitos cívicos; nem muito menos a participação activa de uma cidadania informada. A atitude menos polida da edil PSD demonstra infelizmente tudo isso. Tal como a reacção destemperada e desproporcionada de Anabela Freitas, embora em menor escala, porque ofendida.
Os aspectos negativos do lamentável incidente em questão, a 8 meses das próximas autárquicas, não parecem augurar nada de bom para Tomar nem para os tomarenses. Permitem apenas confirmar o velho e bem conhecido adágio segundo o qual "Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão." E se, em vez de quezílias estéreis, resolvessem finalmente preocupar-se com a busca de vias que permitam conseguir pão? Não era má ideia!
Amigo Rebelo, foi a primeira reunião que fui assistir, por mera curiosidade. E deixe-me dizer-lhe que a vereadora não perdeu postura nenhuma, nem lhe respondeu depois deixando a defesa para o colega do lado. Agora a presidente... essa sim é que estava, como diz o povo: "completamente histérica". Nem sei como a permitem falar daquela maneira naquele sitio, uma falta de respeito.
ResponderEliminarNão percebi bem o conteúdo, mas algo lhe tocou os calos para ela estar daquele modo e querer calar a vereadora, o que se notou claramente!
Uma tristeza mas por o que li no Mirante, o assunto parece bastante grave.
Abraço amigo e continuação de um bom trabalho.
António José
A vereadora não terá perdido a postura em plena reunião -nem eu o escrevi- mas já a perdera antes, ao chamar injustamente mentirosa à presidente, julgo que no Facebook. Julgo que, pois deixei de frequentar esse antro nem sempre muito recomendável.
EliminarDeixe lá que não disse mentira nenhuma, basta ir ouvir o discurso quando ganhou as eleições. Uma atrás das outras...
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