Consta que, nos anos 20/30 do século passado, cansado de não ser entendido, Fernando Pessoa terá exclamado "Eu traduzo para estrangeiro, para vossas excelências perceberem melhor". Partindo do princípio que tenha mesmo acontecido, resolvi fazer o oposto: traduzir do estrangeiro, para os leitores me perceberem melhor, naquela questão dos TUT: (A tradução está logo a seguir à fotografia.)
LES CITADINS DE PLUS EN PLUS NOMBREUX À ARPENTER LES VILLES À PIED
On les repère moins que les « runners », ces coureurs branchés aux tenues criardes. Eux sont discrets, mais nombreux : les marcheurs des villes. De la simple balade après le déjeuner du dimanche à la marche nordique dans les parcs, en passant par les déplacements utilitaires pour aller travailler, les urbains usent de plus en plus leurs souliers.
En Ile-de-France, la marche est le mode de transport le plus utilisé. Ainsi 39 % des déplacements quotidiens y sont effectués à pied, ce qui en fait l’agglomération « la plus marchée de France », selon une recherche menée par l’Institut d’aménagement et d’urbanisme (IAU) en 2016. A Paris, le pourcentage atteint même 52 %.
De par leur densité de commerces et de services de proximité et grâce à un réseau de transports en commun efficace, les grandes métropoles favorisent la marche. Et les urbains sont aussi les premiers à partir sillonner, kilomètre après kilomètre, les sentiers de randonnée pendant leurs vacances.
Un objectif politique
A la suite de Genève (Suisse) et de son « plan piétons » pionnier mis en place dès 1995, de nombreuses métropoles ont mis l’accent sur ce mode de déplacement doux et écologique. Londres, Vienne et New York essaient depuis quelques années de développer leur attractivité piétonne.
En France, après Strasbourg en 2012, le Conseil de Paris a voté à l’unanimité, le 30 janvier, la « stratégie piéton » proposée par la maire (Partis socialiste, PS) Anne Hidalgo. Espaces végétalisés, trottoirs élargis, terre-pleins centraux des boulevards réaménagés et agrémentés de parcours...
Catherine Rollot, Le Monde online, 03/02/2017, 14H12
Caminhantes na Praça de la Défense - Paris, JULIE GUICHE/PICTURE TANK
OS CITADINOS CAMINHANTES CADA VEZ MAIS NUMEROSOS
"Chamam menos a atenção que os "runners", esses corredores sempre na última moda, envergando equipamentos berrantes. São mais discretos e muito mais numerosos, os caminhantes urbanos. Do simples passeio após o almoço de domingo, até à marcha nórdica nos parques florestais, passando pelas deslocações utilitárias para ir trabalhar e para regressar a casa, os urbanos usam cada vez mais os respectivos sapatos como meio de transporte.
Na Região de Paris - Ile de France a marcha é mesmo o meio de transporte urbano mais utilizado. 39% de todas as deslocações diárias são feitas a pé, o que a torna a aglomeração urbana mais pedestre de França, segundo um estudo do Institut d'Aménagement et Urbanisme (IAU), divulgado em 2016. Na cidade de Paris, a percentagem de caminhantes habituais atinge os 52%.
Graças à sua densidade de comércios e de serviços de proximidade, bem como a uma rede eficaz de transportes em comum, as grandes metrópoles favorecem as deslocações a pé. E os urbanos são também os primeiros a praticar, quilómetro após quilómetro, a caminhada por percursos devidamente sinalizados, durante as férias.
Um objectivo político
Após Genebra, na Suiça, e o seu pioneiro "plano para peões", implementado a partir de 1995, muitas outras metrópoles decidiram privilegiar a marcha, afinal um modo de se deslocar económico e amigo do ambiente. Londres, Viena e Nova Iorque vêm tentando desde há anos desenvolver a sua atractividade para pedestres.
Em França, após Estrasburgo em 2012, o Conselho de Paris (Assembleia composta pelos presidentes de câmara dos 20 bairros + a presidente da câmara de Paris) votou por unanimidade, em 30 de Janeiro passado, a "estratégia pedonal", proposta pela presidente Anne Hidalgo (Partido Socialista Francês). Mais espaços verdes, alargamento dos passeios, arranjo paisagístico das placas centrais dos boulevards, sinalização de percursos pedestres..."
Tradução e adaptação de António Rebelo
O texto informativo é mais extenso. Julgo porém que não adianta bater mais na cèguinha. Apenas peço licença para um pequeno comentário final.
Enquanto por essa Europa fora, e mesmo nos USA, é o que se constata, numa pequena e pobre terra, outrora gloriosa, mas agora a caminhar cada vez mais depressa para a ruína, grupos de chupistas, de oportunistas e de ignorantes continuam a insistir em transportes urbanos, pagos sobretudo por quem não os usa, desnecessários, ruinosos e poluentes.
Pobre terra! Pobre gente!
Realmente, os piores cegos são mesmo os que não querem ver.
Bingo!
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