Desde que me conheço que tenho uma opinião descentrada, diferente da maioria, sobre as pessoas e sobre as coisas. O mesmo é dizer que estou acostumado a que os meus pontos de vista sejam minoritários. O problema é que esse meu olhar diferente é cada vez mais descentrado. Por exemplo: estava convencido de que não pode haver dúvidas, quando existem documentos autênticos e sem possibilidade de interpretação múltipla, como neste caso do cheque camarário, assinado pela senhora presidente, para liquidar uma coima pessoal:
Copiado de Tomar na rede
Erro meu, conforme demonstra este comentário anónimo, que excepcionalmente aqui reproduzo:
7 comentários:
- Anónimo13 de fevereiro de 2017 às 22:22Isto é mentira e uma forma de denegrir a pessoa em causa. Manobras sujas para tentarem arranjar tacho.Responder
- Copiado de Tomar na rede, aqui
É uma coisa anónima, portanto sem importância? Pois é. Sucede contudo que, mesmo no microcosmo jornalístico local, também vejo situações anómalas. Onde por exemplo se fala de roda viva dos negócios, eu olho para a lista publicada, anoto que, nessa lista de dez estabelecimentos, há seis encerramentos e um outro em perspectiva, para logo depois concluir que, em vez de dinâmica comercial, há é uma crise cada vez maior e mais evidente. Que até já provoca o encerramento de restaurantes populares, porque de preços baixos. (Baía e Salgado). Estou portanto, mais uma vez, bastante descentrado. Modo de dizer que devo estar a ver mal...
Ainda na área da informação, fui surpreendido por uma outra situação, que julgo uma originalidade local. O site do semanário Cidade de Tomar não inclui Política nos capítulos principais, ao alto da primeira página, como se pode verificar:
Será saudade encapotada do regime anterior ao 25 de Abril, quando era proibido falar de política? E eu que sempre considerei que qualquer órgão de informação tem de tratar também de política. É mais um erro meu, fruto de estar cada vez mais descentrado.
Finalmente, porém não menos importante, este lamento da senhora presidente, noticiado pela Rádio Hertz:
Finalmente, porém não menos importante, este lamento da senhora presidente, noticiado pela Rádio Hertz:
TOMAR – Anabela Freitas diz que o trabalho na área social «tem reconhecimento a nível nacional» mas no concelho há a ideia «de que nada foi feito»
Se me é consentida uma humilde opinião -naturalmente muito descentrada- é minha percepção que, devido a diversos factores, a actual presidente já atingiu o estado daquele grande político, cuja popularidade andava pelas ruas da amargura. Ansiando regressar aos píncaros da popularidade, tendo em vista as eleições seguintes, tanto rezou que lhe foi concedido um milagre. Mas só um. Pediu então que lhe fosse possível caminhar sobre a água de um lago.
Obtida essa graça, organizou uma cerimónia comemorativa, junto ao lago da cidade, onde mandou montar bancadas, um palco e uma tribuna. Após a actuação de vários artistas de renome, pagos pelos contribuintes, como é costume, já com as bancadas cheias de gente e a tribuna com todos os ilustres convidados presentes, deu-se início à cerimónia.
Com a sua voz de tenor, o conhecido apresentador televisivo contratado para o efeito, anunciou em tom pomposo, como convinha ao momento: -E agora, ilustres membros do governo, senhores autarcas, ilustres convidados, senhoras e senhores, o nosso excelentíssimo e queridíssimo presidente da autarquia aproxima-se deste recinto, caminhando sobre as águas do lago, como vossas excelências podem constatar. Extraordinário!
Ouviu-se então, vinda de algures nas bancadas, uma voz forte, em tom surpreendido: Olha! Afinal o sacana nem sequer sabe nadar!
Pois é! Os eleitores são uns ingratos. E quando um político já está no "escorrega", é sempre para baixo. Sobretudo quando há problemas de percepção. Não sei se me faço entender...
É a vida, dizia em tempos António Guterres.
Obtida essa graça, organizou uma cerimónia comemorativa, junto ao lago da cidade, onde mandou montar bancadas, um palco e uma tribuna. Após a actuação de vários artistas de renome, pagos pelos contribuintes, como é costume, já com as bancadas cheias de gente e a tribuna com todos os ilustres convidados presentes, deu-se início à cerimónia.
Com a sua voz de tenor, o conhecido apresentador televisivo contratado para o efeito, anunciou em tom pomposo, como convinha ao momento: -E agora, ilustres membros do governo, senhores autarcas, ilustres convidados, senhoras e senhores, o nosso excelentíssimo e queridíssimo presidente da autarquia aproxima-se deste recinto, caminhando sobre as águas do lago, como vossas excelências podem constatar. Extraordinário!
Ouviu-se então, vinda de algures nas bancadas, uma voz forte, em tom surpreendido: Olha! Afinal o sacana nem sequer sabe nadar!
Pois é! Os eleitores são uns ingratos. E quando um político já está no "escorrega", é sempre para baixo. Sobretudo quando há problemas de percepção. Não sei se me faço entender...
É a vida, dizia em tempos António Guterres.